12/12/2016
Barbara, a filha de Dulce, estava internada no hospital com uma dessas gripes terríveis, especialmente para garotas da idade dela. No entanto, Dulce estava tranquila. Ela tinha certeza absoluta que sua filha iria sarar, apesar de o médico dizer que era impossível. E pensava também que se sua filha morresse, estaria tudo certo também. Das vinte mães que estavam isoladas com seus filhos, ela foi a única que não se contagiou.
Ouvi dela essa história numa mesa de restaurante, onde estava também sua filha totalmente recuperada. Ela explicava que tinha se mantido naquela vibração otimista, na época da doença, por causa de um livro que tinha comprado dias antes de ir para o hospital. Contou também que quando a filha teve alta, voltaram ao médico para um retorno e ele disse para sua filha: “Não acredito que você sobreviveu!”. Dulce disse que, ao ouvir isso, seu corpo ficou gelado e ela realmente se inteirou da situação que enfrentaram.
Claro que quis ler o livro!
O personagem principal tinha criado uma igreja e dentro dela estavam acontecendo intrigas e confusões e aí ele encontrou por acaso um homem que lhe parecia ser o apóstolo João e com ele teve várias conversas; e por causa delas, acabou saindo da Igreja. No entanto ele ainda tinha vontade de criar um grupo que se dedicasse a Deus, e o “apóstolo João” o alertou para o fato de que para criar uma comunidade cristã, não é preciso fazer reuniões, cobrar posturas, institucionalizar a participação de todos etc.
Foi aí que o livro se tornou mais interessante para mim: Como criar uma comunidade! Ele sugere que as pessoas se encontrem para comer juntas, para reunir as crianças, para se divertir, e aí a mágica da interação começa a acontecer. Os talentos de cada um vão sendo conhecidos e colocados à disposição de todos e na convivência brota a solidariedade que é natural em nós quando conhecemos o outro e sabemos do que ele precisa. A alegria do encontro cria assim a celebração da vida e a comunhão com o divino.
Pesquisando, descobri que esse livro se refere a um movimento de popularidade crescente que sustenta que não havia igrejas no tempo de Jesus Cristo e que elas não são necessárias à prática do cristianismo. Leio que esse tipo de pensamento combina com o jeito brasileiro de procurar ter várias experiências espirituais e em diversos lugares diferentes.
Mas o que Dulce leu no livro, que a motivou a ficar naquela vibração que a tornou imune tanto ao vírus quanto ao pânico em relação à gravidade da doença de sua filha, pode ser resumido desta maneira: desista de controlar sua vida, entregue-se totalmente a Deus (Jesus Cristo) que ele cuidará de você e o fará encontrar tudo o que precisa das maneiras mais surpreendentes.
É um sonho, não? Se colocar na amorosa palma da mão de um Deus benevolente que precisa de você para agir de modo a cuidar dos outros também. Essa confiança conseguiu tornar Dulce uma mãe destemida. Barbara, sua filha, contou que ouvia de um lado o médico dizendo que ela ia morrer e de outro sua mãe dizendo exatamente o contrário. A mãe levou a melhor e o mundo também. Barbara se tornou uma enfermeira dedicada e espalha sua forte luz por onde anda.
O nome do livro é : Por que você não quer mais ir à igreja.
Autores: Wayne Jacobsen e Dave Coleman