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Planeta Eu

As finitas manhãs Tenho amigos que me contam regularmente o que anda acontecendo em suas vidas

16/09/2015



Tenho amigos que me contam regularmente o que anda acontecendo em suas vidas. Quase todos se queixam de seus companheiros. Um deles mora sozinho, e se queixa de si próprio. Uma amiga mora com a filho e se queixa dele, outros se queixam dos pais. A ideia é que as pessoas com quem convivem não deveriam agir como agem. E no caso do meu amigo solteiro, uma parte dele não deveria fazer o que faz.

Algumas dessas pessoas se sentem muito infelizes, porque os problemas com os companheiros são graves e as discórdias muito desestabilizadoras. Como se a vida fosse diariamente uma batalha entre dois exércitos. Claro que há causas para tudo isso. No presente, no passado...

A cada vez que os encontro e me peço que me contem como andam as coisas, eles retomam a narrativa que vem contando para si e para os outros. Pelas falas posso perceber um fio costurando tudo. Os fatos servem para reforçar essa história que é a vida deles.

Muitos deles têm muita auto consciência, fazem colocações muito inteligentes e sábias, mas, apesar de perceberem os jogos nos quais estão inseridos, não conseguem parar de jogar. Assim como eu não consigo parar de tomar refrigerante, mesmo sabendo que não me faz bem. A repetição adora se repetir.

Muita energia fica presa nessas situações, muito cansaço. De vez em quando alguém se separa desse outro que incomoda, e vai embora ferido. Quando se vê só, o desamparo vem forte. Outros se encantam por alguém e esse encantamento é o fio que os puxa para fora daquela situação já não muito estimulante ou conflituosa. Tempos depois estão reclamando desse novo...

Tem também os casais antigos que parecem satisfeitos um com o outro. Quando olho um pouquinho mais de perto vejo que essa harmonia muitas vezes é construída com muita aceitação, tolerância e bastante paciência. Talvez esse seja uma boa definição de amor. Se bem que há quem diga que isso se chama acomodação.

Não é sempre assim? Claro que não... só posso falar de uma dúzia de pessoas que observo e convivo. Com certeza deve existir pessoas que estão muito entusiasmadas com o que fazem que não sobra tempo para querer que as coisas e as pessoas sejam diferentes do que são.

De qualquer maneira a aventura é essa: convivência. Essa arena onde o que sou vem à tona: minhas emoções e minhas interpretações delas. Só conheço a minha voz, minha maneira de falar, de reagir, minha afetividade, agressividade etc, na relação com o outro. E com ele que vou me construindo e me reconhecendo.

Tem momento que é sofrido, outros bem alegres, outros enfadonhos, tem hora que não aguento ouvir o bocejo do outro, tem hora que a mão quente dele na minha, num momento de desespero, é o céu.

Como conviver melhor? Como retirar o sofrimento e as queixas das relações? O Budismo diria: altas doses de compaixão, perceber que o outro e eu estamos imersos no sofrimento, que é a característica predominante dessa vida que vivemos. Ampliar muito o olhar a ponto de perceber que esse Eu, que tanto prezamos e que se confronta com o outro, não existe de fato. É apenas um “amontoado” de percepções e pensamentos que mudam o tempo todo.

A Comunicação Não Violenta de Marshall Rosemberg ensina a olhar para necessidades, suas e do outro, que não estão sendo contempladas nas queixas. Aprender a se expressar mais adequadamente para que a comunicação seja possível. A prática de Diálogo (outra técnica) ensina a perguntar: Por que? O que você está sentindo? De que lugar você está falando?

Enfim... quando vejo tanta gente agindo e sentindo da mesma maneira, meu lado rebelde diz não! Não quero fazer parte desse coral! Quero encontrar minha música pessoal. Tolinha não? Com tanta gente na Terra, nunca se será de fato original. Nem colocando uma melancia no pescoço, nem pintando o cabelo de fosforescente.

Então tá bom vai! Vamos que vamos... mais um dia... Leio que as manhãs são finitas. Tenho uma porção delas ainda para viver. Vou ver se capricho! Se convido a reclamação para dançar um bolero psicodélico comigo no amanhecer.

Ilustração de Anne Courtois


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Jany

Escritora e Focalizadora de Dança Circular no UlaBiná.

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