17/11/2005
Tinha uma escolinha da roça, perto da minha terra (pra variar), onde a professora vinha de charrete, lá da cidade, pra dar aula pra molecada que variava de 5 a 14 anos. Naquele tempo, não havia o requinte da faixa etária.
A molecada tinha que aprender o bê-a-bá na marra, e daí a mistura de idade.
Pois bem. Enquanto a professora não chegava (às vezes atrasava), a molecada brincava. Uns escreviam palavrões na lousa, outros jogavam bolas de papel uns nos outros...era uma zorra total. Um dos meninos, bem endiabrado – o maior deles, diga-se de passagem – jogou uma casca de banana no caminho da professora, que acabava de chegar. Não deu outra: foi pisar e escorregar, levantando o vestido e pondo à mostra o que ela, a professora, tinha de mais bonito e sensual. Umas belas coxas, pernas...etc. e tal.
Foi uma gargalhada geral na classe. Criança não é como a gente que mente ou disfarça. Se tiver que rir de um acontecido, ri mesmo e doa a quem doer. Foi o que se deu. Riram às gargalhadas até a bronca imediata da mestra.
PROFESSORA (depois de se recompor) – Joãozinho? Por que você está rindo?
JOÃOZINHO (criança não mente) – É.. que... (ri)... é que eu vi as pernas da professora... (ri).
PROFESSORA – Fora daqui. Você está suspenso da escola por 2 dias. Pode ir embora. Antônio? E você? Por que está rindo?
ANTÔNIO (franco) – É... que eu vi as ... coxas da professora... (ri).
PROFESSORA – Você está suspenso ainda mais: 3 dias pra você, fora das aulas. E você, Manoelzinho? Está rindo por quê?
MANOELZINHO – Eu...(ri) vi os juêio da professora... (ri)
PROFESSORA – Pra você, 5 dias sem aula. Está suspenso. Pode ir embora.
Nisso, um aluno marmanjão está arrumando suas coisas numa sacola e se encaminhando para a saída.
PROFESSORA – Sêo Tico? Onde o senhor está indo?
NHÔ TICO (maroto) – Eu... tô expurso, fessora.
Mexe com menino da roça pra ver...