28/09/2006
:Autor: Catullo da Paixão Cearense
Entonce logo os apóstro,
àssombarando o istruvío,
cada um seu pé de verso
cantava no disafío.
A Mãe de Cristo chorava
e as água que derramava
da fonte do coração,
caía nas cora santa
da viola de São João !
Pru via disso é que o pinho,
instrumento sem rivá,
quando se põe-se chorando,
se põe-se a gente a chorá”.
Foi aí, nesse festêro,
que eu vi o Chico Sambêro,
um sambadô sem sigundo,
mas porêm feio, tão feio,
que toda a gente dizia
que foi o hôme mais feio
que Deus butou nêste mundo !
Tinha a cara de priguiça,
cabeça de mono veio,
e pescoço de aribú !
A bôca quando se ria,
taquarmente paricía
a boca de um canguru !
Tinha as orêia de pôrco
e os dente de caitetú !
Tinha barriga de sapo,
e o nariz impipocado,
figurava um ginipapo !
Os braço era taliquá
dois braço sirigaitado
dum véio tamanduá !
Os óio–dois birimbau !
As perna fina alembrava
as perna dum pica-páu !
O quêxo de capivara
tinha um bigode purriba,
que quáge tapava a cara !
Os cabelo surupinho
era, sem tirá nem pô,
cabelo de pôrco-ispinho !
Im concruzão, pra findá,
tinha os dedo de gambá,
os ombro redondoe chato
e os pé que nem pé de pato!
Inda mais: pra cumpretá
aquela xeringamança
e feiúra de pagóde,
o hôme, quando se ria,
era um cavalo rinchando,
e quando táva suando,
tinha um ôroma de bóde.
Apois bem. Êsse raboêza,
que era prú todas as bôca
chamado : Chico Beleza ;
êsse horríve lubizôme,
que era mais feio que a fome,
mais feio que o Dêmo inté,
quando as perna sacudía,
sambando nargum banzé,
infeitiçando as viola,
apaxonando as muié,
trazia tôda as cabôca,
cumo um capaxo, dibaxo
das duas sóla dos pé !!!
*Poemas selecionados e declamados por Rolando Boldrin no programa Sr. Brasil.