19/10/2006
Autor: Lulu Benencase
MÀE, COMO EU GOSTO DE VANCÊ
QUE SODADE EU TENHO DE VANCÊ
ME ALEMBRO QUANDO ERA PEQUENO
MAR SABIA ANDÁ
PUNHA UM PÉ AQUI, OUTRO LÁ
CAÍA, E BASTAVA FAZÊ UM BEICINHO PRA CHORÁ
VANCÊ CORRIA, ME EMBALAVA, ME BEJAVA
E EU DE TUDO ESQUECIA PRA SORRI
MÃE, COMO EU GOSTO DE VANCÊ
TENHO UMA SODADE MÃE LOCA DE VANCÊ
ME ALEMBRO MUITO DE VANCÊ
ME ALEMBRO DOS BRINQUEDO QUE NÓIS BRINCAVA
RODA, BERLINDA, CHICOTE, QUEIMADA
E EU GOSTAVA MAIS DO BRINQUEDO DE ESCONDÊ
FICAVA ATRAS DE UMA PORTA
VANCÊ SE ESCONDIA EU PERCURAVA PERCURAVA
QUANDO NÃO ENCONTRAVA
JÁ FAZIA UM BEICINHO PRA CHORÁ
VANCÊ ENTÃO LOGO APARECIA
E EU DE TUDO ESQUECIA PRÁ SORRÍ
MÃE, MAS TENHO UMA SODADE MÃE LOCA DE VANCÊ
EU ME ALEMBRO MUITO DE VANCÊ
MAMÃE SE ME ALEMBRO
UM DIA VANCÊ INVENTÔ UM NOVO BRINQUEDO
FICO QUIETA, MUDA, NÃO FALAVA
DESPOIS TE LEVARAM PRA DENTRO DE UM CARRO FEIO
E O PESSOAL DIZIA PRA MIM
SUA MÃE FOI SE ESCONDÊ
PERCUREI, PERCUREI, PERCUREI
FIZ BEICINHO CHOREI
E VANCÊ NUNCA MAIS APARECEU
E EU FIQUEI COM UMA RÉIVA LOCA
DO BRINQUEDO DE ESCONDÊ
VORTA MAMÃE, NÃO POSSO FICÁ SEM VANCÊ
*Poemas selecionados e declamados por Rolando Boldrin no programa Sr. Brasil.