24/11/2005
Chego a Paris, vôo tranqüilo. Saio rapidamente do aeroporto, alugo um carro ― o ótimo Peugeot 307 diesel ― e parto para a Normandia.
Faço um pequeno desvio no meio do caminho e entro em Giverny, onde fico por duas horas visitando o jardim e a casa de Monet. Estão da mesma maneira que o artista os deixou. São momentos deliciosos e me transporto no tempo. Antes de partir, almoço em um pequeno café. Simplesmente uma baguette e camembert com uma taça de vinho. Dos deuses. Somente estas horas já teriam valido a viagem.
Fim de tarde, chego a Touques, onde participarei da exposição. Sexta-feira ajudo nos trabalhos e a festa começa. Outros artistas começam a chegar; alguns já conheço, outros seguramente serão novos amigos. Artistas franceses, italianos, brasileiros, inclusive Marcia Minamoto, artista brasileira que vive em Tóquio, e por dois dias as conversas e idéias aparecem. As impressões e vivências que tanto nos enriquecem intelectualmente criam uma atmosfera internacional e avançada. Adoro estes momentos e fico em paz comigo mesmo.
No domingo abrimos a exposição às 11 horas e passamos o dia a receber pessoas e convidados. Mais uma vez, sentimos aquela satisfação de termos nossos trabalhos apreciados e discutidos. À noitinha, encerrados os trabalhos, vamos em grande grupo para Deauville e por horas degustamos gigantescos pratos de caldeiradas de Molle, um marisco típico da região, acompanhados de vinho Muscadet. Comemoramos mais um degrau na escada de nossas vidas
Na segunda-feira, vou para Honfleur, Tourgeville e Lisieux, visitando galerias e amigos artistas, fortalecendo relacionamentos e projetando outras exposições e sonhos. Descubro pessoas geniais e interessantes, aquelas que de uma maneira ou outra nos fazem mais completos e melhores.
Já é noite quando chego a Caen, onde até hoje se ergue o castelo de Guilherme o Conquistador, belo e imponente a lembrar as batalhas contra a Inglaterra, cidade que é a capital da Normandia.
Fico na casa de um casal de amigos franceses, que preparam um delicioso jantar: conffit de Canard, purê de batatas com erva doce, queijos vários, pão de campanha e vinho tinto. Segundo eles, simplesinho. Achei absolutamente soberbo.
Durmo em um aconchegante quarto no sótão, aquele sono chamado “o sono dos justos”. Acordo revigorado. Estou indo para Saint Michel visitar outra galeria. Lá fora está frio, mas o dia é lindo, o céu, completamente azul e com muita claridade. A vida me parece bela. Belíssima.