13/07/2006
Mesmo com os escândalos recentes que atingiram o Congresso, como o do mensalão, 96% dos 513 deputados federais vão disputar as eleições. Os que buscam a reeleição à Câmara chegam a 88%, o restante tentará o Senado, governos dos Estados ou Assembléias. Apenas 16 deputados decidiram não disputar nenhum cargo. O DIAP prevê uma renovação acima dos 50% na Câmara.
Com algo assim, que se repete a cada 2 anos, incentivado pelas massas sem memória, sem passado e ainda por cima obrigados por lei, sobra somente o velho “salve-se quem puder”.
Juntando a isso tudo o dia-a-dia sem pé nem cabeça de um povo heróico mas ensurdecido por algum brado retumbante, com absurdos em cima de absurdos, fica a certeza de que este espaço geográfico que a gente insiste em chamar de País, nada mais é que um laboratório de experiências sociais, químicas e patológicas e que além de ufanistas baratos e bovinos somos ratos de laboratório.
Não tem outra explicação.
Às vezes fico pensando, de forma um tanto cruel, que no fundo ninguém quer trabalhar em coletivo, todo mundo quer puxar uma social que viabilize uma promoção qualquer e nada mais. E o mundo que se exploda lá fora. Isso é típico de nós brasileiros. Quantas vezes me pego emaranhado nessa forma de pensar.
O Brasil está mantido em vida artificialmente (está na UTI). Tem gente que abriu o corpo, rouba orgãos, fecha e disfarça que nada aconteceu e abre de novo e rouba de novo etc... Por fora, pode até parecer que o "cadáver" é intacto mas dentro ele é vazio.
O problema vem da confusão com a palavra "social". O sentido primeiro é que trata da sociedade. Toda a sociedade
A proposta SOCIAL deveria ser no sentido que é para a SOCIEDADE INTEIRA.
Com arte e cultura é mesma coisa: a proposta era (não sei se continua sendo) PARA TODOS, sem excluir ninguém e para cada um fazer um uso pessoal; ter acesso à cultura, arte e aprender a olhar e analisar.
Acontece que neste país tem muita pobreza e que a pobreza financeira favorece a pobreza intelectual. E não são somente artistas que querem puxar alguma coisa para sobreviver. É tudo cada um para si, anda ou morra, os urubus estão de olho...
Êta País cruel.