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Moda, corrupção e dinheiro José Sarney vestia-se à moda antiga, jaquetões e gravatas de cor escura com camisas brancas, sempre evitando a cor marrom, que lhe inspirava pavores

09/09/2005



José Sarney vestia-se à moda antiga, jaquetões e gravatas de cor escura com camisas brancas, sempre evitando a cor marrom, que lhe inspirava pavores. Tinha um jeito meio bravo e sério, impositivo, condescendente, possivelmente herdado de seus antepassados ingleses, senhores das terras daquele norte, começando pelo famoso Sir Ney. Seu turbulento governo, com freqüentes mudanças ministeriais em um Brasil saindo de muitos anos de governos fechados, com grandes centros urbanos começando a inchar e a empobrecer, pode ser resumido como uma imensa farra do boi gordo. Literalmente.

Em seguida, Collor de Mello, alcunhado pelos humoristas de Brasília, de Fernando o Breve. Sempre elegante, porte atlético, vibrante, mas com aquela filosofia alagoana, muito autoritário, cheio de si mesmo. Com idéias maravilhosas e sempre presentes no imaginário popular, tais como: caçar marajás, acabar com os cartórios, livre-comércio e diminuição da burocracia. No primeiro e último dias de seu governo, bloqueou todas as poupanças e deu um tiro no próprio pé.

Depois, Henrique Cardoso, com seus terninhos e gravatinhas horríveis, sapatos idem, fez três anos iniciais de governo com raro brilhantismo, esbanjando capacidade e executando bons programas. Então cismou de se perpetuar, ao mesmo tempo em que seus ternos tornaram-se extremamente bem cortados com gravatas Hermés e camisas azul-claro com gola branca, que viraram uniforme tucano. Caro, mas bom. Seu governo entrou em estado vegetativo por longos cinco anos, durante os quais vimos toda sorte de escândalos, destacando-se a pérola chamada reeleição, ato em benefício próprio que complicou ainda mais nosso precário sistema político.

Então, saturados por essa inércia embalada em títulos honoris causa, abobrinhas faladas em francês e injustiças crescentes, elegemos aquele que seria o libertador, o homem que defenderia os cidadãos, não importando cor, credo ou posição social. Colocaria limites no mercantilismo selvagem das grandes corporações e dos organismos de governo.

Imediatamente, colocou todos os seus amigos e os amigos de seus amigos em todos os possíveis lugares, em todas as escalas, e quando faltou lugar, criou mais 50 mil cargos de confiança, para não deixar ninguém de fora.

Como teve 20 anos para entender o que é ser político neste país, entendeu também que é preciso dar sempre tapinhas nas costas, falar e falar sem parar e, sobretudo, colocar marketeiros em todos os lugares, pois eles ajudam a enganar e a lavar mais branco.

Desde o primeiro momento, toda a família real teve à sua disposição alfaiates, estilistas, cabeleireiros, pedicuros e massagistas para trabalhar a imagem real, não esquecendo um reluzente novo avião para as intermináveis viagens. Em terra, maravilhosos ômegas australianos para todo mundo. Quem não viu não pode deixar de ver - acredito que ainda dê tempo - três ou quatro ômegas cruzando Brasília em alta velocidade, transportando políticos neo-ricos com seus seguranças e batedores em direção a alguma reunião para encontros e conchavos, com seus vidros insufilmados, transmitindo a arrogância tão necessária a desnecessários encargos.

Abro um parêntese para dizer que a rainha da Holanda, que de fato é a mais alta autoridade daquele Estado, anda de bicicleta pelas ruas de Haia. Uma cidadã como tantos, somente com muito mais responsabilidades e consciência.

Não entendo como um revolucionário sequer botou em discussão o problema da dívida externa brasileira ou a predação de nossas reservas naturais, como não entendo por que não se veste mais com jeans, camiseta preta e casaco de couro, que combinam muito mais com ele do que os bem cortados ternos.

Podia ter sido ele mesmo, mas optou por ser um clone deformado de Fernando Henrique. Uma pena. Vamos ver como se comporta José Alencar, que é uma mistura de Itamar com Sarney.

Nossos sistemas tributário, administrativo e cartorialista induzem a toda e qualquer empresa ou pessoa - seja ela física ou jurídica - a utilizar todo tipo de artimanhas, brechas legais, propinas, influências, jeitinhos para fazer seus negócios caminharem. Dizer o contrário seria hipocrisia. Criam-se mais burocracias, mais corrupção e mais malas de dinheiro voando por todo o País; mais intermediários e mais poder político exatamente para aqueles que não querem.

Tratar executivos e empresas como criminosos pode criar a cortina de fumaça necessária para acobertar os verdadeiros criminosos que promovem incessantemente a injustiça e a desigualdade social neste País, mas que em minha opinião já foi levada longe demais e tem que acabar.

Termino dizendo que a grata surpresa destes últimos dias foi a estréia do programa de Rolando Boldrin na TV Cultura. Espelhando seu criador, o programa é divertido, de qualidade, sem facilitações à burrice e à vulgaridade, inteligente, com aquela integridade de que tínhamos saudade há tanto tempo. O retrato de um Brasil que gostaríamos de ver.

Assim sendo, Rolando Boldrin para presidente da República!


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