06/07/2006
Fim de semana estranho. O Brasil perdeu melancolicamente e indecentemente, e todos os pilotos que eu mais detesto ganharam corridas em todo o mundo. Deve ter algo com efervescências astrais ou algo parecido. A verdade talvez sejaque tudo virou um imenso teatro e que a leitura deve ser feita com outro tipo de perspectiva.
Mas vamos para um depoimento de visitante do Brasil do Sec XVlll: A incúria e a desonestidade dos governantes atingia um ponto tal que, ainda de acordo com os visitantes estrangeiros, a sociedade toda tinha se contaminado e deteriorava-se a olhos vistos. A inglesa Jemina Kindersley, que visitou Salvador em 1763, expressou de maneira exemplar tal sentimento. Diz a viajante: “A corrupção no estado é, invariavelmente, seguida pela corrupção do povo. A maioria dos habitantes daqui é movida muito mais pelo medo do que pelo sentimento de honra; e quanto maior a dificuldade que encontram para obter justiça, maior a sua inclinação à astúcia e à desonestidade -todos olham o seu vizinho com uma enorme desconfiança.”
Enquanto esgotado por esse ufanismo louco e mal intencionado das Globos da vida e de seus parceiros mistificadores que gritam Brasil, Brasil, Brasil, insuflando um espetáculo esportivo representado por esportistas futebolísticos desinteressados completamente, constato envergonhado uma realidade imutável em 500 anos. A da corrupção, injustiça e desonestidade permanente neste aglomerado equivocado que alguns insistem chamar de País.
Muitas regiões perceberam isso ao longo da história e tentaram se separar, tentando seguir caminhos próprios. A última tentativa teria sido uma grande solução. Imaginem São Paulo independente na década de 30. Com toda a efervescência cultural, econômica e moderna. O bem que teria sido para todo o restante. A criação de um novo país de língua brasileira, no meio desse espírito festeiro e malemolente que por fim tomou conta de tudo. Inclusive do outrora Sul maravilha.
Tem tudo a ver com mais essa derrota da Seleção Brasileira. Com todos os ingredientes possíveis. Da falta de caráter, desonestidade e a submissão desnecessária. Todos imitando a descompostura de nosso Presidente da Republica, mentindo, enganando e enriquecendo. "ESPERTOS" e vazios. Já tinham vendido o jogo em 98. Fico imaginando quanto certas pessoas receberam para vender este jogo também. Por que neste caso é disto que se trata, somente isto. Não adianta essa multidão de analistas esportivos ficar com essa postura meia-sola.Tem que dar nome aos bois.
Mas os Cartolas, assim como os políticos e a grande mídia já começaram a Operação Abafa, como se fosse a coisa mais normal do mundo. As propagandas continuam mostrando essa corja vendendo celulares, carros, refrigerantes e sapatilhas como se nada fosse. Parreira se diz triste e que não foi bem assim. Blá, blá, blá. Já estão incensando outros personagens e atores. Picaretagem sem fim. E o Povão mugindo.
Futebol é uma desgraça para um país desgraçado.