22/06/2006
Ouvi muito antes da Copa do Mundo as explicações burocráticas dos senhores Zagalo e Parreira. Entre as insólitas pérolas, dignas de qualquer político em Brasília, havia uma que chamava-se quadrado mágico, no qual Ronaldo teria um papel fundamental. Desinteressado como sou por qualquer coisa que saia da boca desses personagens, não dei a devida atenção. Como de resto todos fazemos por exaustão, não somente em relação ao futebol. Mas também com a corrupção política, a incompetência e o roubo, pura e simplesmente, de nossa cidadania.
Agora depois de dois joguinhos indignos descobri que Ronaldo é fundamental para o quadrado mágico: Nike, Rede Globo, Vivo e guaraná Antártica.
A comissão técnica da seleção nada mais é que um bando de mercenários e a sua atuacão é sempre em linha com os interesses dos grandes patrocinadores. Em 1998 a mesma dupla fatídica Zagalo e Parreira cometeram uma barbaridade na final da Copa que deveria tê-los relegado ao ostracismo, no mínimo. Mas não, neste poço complementar da corrupção brasileira chamado Confederação Brasileira de Futebol, tem sempre lugar para esse tipo de gente. No Brasil se promove incompetência e indecência.
Em 1994 ganharam uma Copa horrível, com um futebol feio e lastimável. Foram criticados por todos os lados. A vitória final deveu-se a uma combinação de sorte, times muito fracos, interesses mercadológicos e acomodações várias.
Não sei onde essa Copa vai dar mas sei que o país inteiro respira futebol e tudo é ligado a isso. Irritante. Arte, cultura, política, educação. Parece que sempre é assim. Tudo é futebol, menos a nossa seleção. É o retrato acabado do Brasil ufanista, "o melhor do mundo!" sem o menor respaldo na realidade. Até quando o marketing será o motor da vida no planeta.
Fica aqui a triste nota, da última viagem de Bussunda. Criatura inteligente e divertida que fazia um humor bem brasileiro e autêntico.
Vai fazer falta.