10/11/2005
A política nacional se transformou em uma grande comédia. Mas é uma comédia vulgar e de mau gosto. Os espetáculos têm sido transmitidos diariamente ao vivo, seja do Congresso, do Senado ou ainda pelos pronunciamentos vários do presidente da República e de alguns ministros. São espetáculos, e não resta à população outra coisa senão rir. Rir de quem nos comanda, com seus discursos vazios e empolados, cheios de idas e vindas, traiçoeiros, cínicos e inúteis.
Quando passa a tolerância e o bom humor vem a estranheza e a sensação de engano, de roubo, de usurpação. A realidade de milhares dos políticos, em todas as suas graduações, é trabalhar pela manutenção de seus poderes e privilégios imensos. Não existe nenhuma ação, em nenhum nível de governo das três instâncias de poder, que seja para beneficiar o cidadão. Tudo é pensado para incomodar, subtrair e trair. Manter o cidadão com a corda no pescoço. Sempre. Inseguro, medroso e agradecido pelas pequenas esmolas que lhe são arremessadas.
Assim, a comédia se transforma em drama, no qual a superpopulação local se espelha naquela mundial, adubada pelas grandes corporações sem face, com seus governos agindo para que se destrua o planeta e todas as espécies vivas que nele habitam.
Nada mais resta a quem não faz parte dessa triste festa a não ser aceitar. Coisa em que nós, brasileiros, somos mestres.
O futebol é fraudado, as loterias são fraudadas, a política tambem. Deus é fraudado! Enfim, nossas vidas são fraudadas. E começa, mais uma vez, a temporada natalina, com as mesmas atitudes e coreografias.
Uma tragicomédia!