25/06/2021
Está se preparando para a chegada de um novo pet ?
Primeiramente, temos que conhecer as leis e regras do lugar onde moramos. Casas alugadas ou alguns condomínios têm restrições quanto a ter um PET, apesar de que muitas dessas restrições são irregulares, pois nós, como tutores e DONOS dos bichos (de acordo com o artigo 5º a Constituição Federal), temos "inviolabilidade do direito à propriedade" reservado, ou seja, não podem nos proibir de morar junto de algo que é nosso, sendo cabível ação judicial para permanecer com o seu animal de estimação em sua residência.
Esse assunto é pauta para muitas brigas entre vizinhos, mas em maio de 2019, a Terceira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu por unanimidade que condomínios não podem proibir animais de estimação em casa, desde que estes não ameacem a segurança nem perturbem a tranquilidade dos moradores. Ou seja, você poderá ter seu animal onde quiser morar, mas não se esqueça de obedecer às regras. Condomínios podem estabelecer regras de convivência e normas de conduta para melhorar a gestão do espaço coletivo. Sendo assim, haverá áreas onde o animal não poderá permanecer ou onde ele não pode urinar ou defecar, e claro, seja responsável pelo seu bichinho e não se esqueça de ter sempre um saquinho descartável para recolher suas fezes.
Tão importante quanto isso, é ter todos os integrantes da família de acordo com a chegada do novo animalzinho. O ideal é que todos os envolvidos tenham em mente que por ser um animal, ele está sujeito a falhas, para que não haja brigas de família e mudança de planos sobre ficar com o animal ou seja, colocá-lo novamente para adoção. Quando isso acontece, na grande maioria dos casos, é muito traumático para o cão, e ele provavelmente terá sequelas comportamentais, e em qualquer idade.
Então, antes de realmente escolher o animal, analise sua rotina e a da família. Vocês:
· Têm muito ou pouco tempo de folga?
· Trabalham em home office ou vão para o escritório todo dia?
· Viajam muito a trabalho ou a lazer?
· Têm uma vida social agitada, saem muito ou recebem bastante gente em casa?
· Têm muito ou pouco espaço para o animal viver?
· Têm uma rotina calma e caseira ou são esportistas e gostam de atividades ao ar livre?
· Têm crianças e idosos em casa ou somente adultos?
Com todas essas considerações feitas, então só falta analisar seu planejamento financeiro: nele tem que caber visitas regulares ao veterinário, vacinas, ração etc.; se viaja ou fica muito fora, precisa ter condições para pagar hospedagem ou um serviço de pet sitter (babá de pet); se houver reclamação dos vizinhos ou algum problema comportamental, é necessário a consultoria de um educador de cães etc.
Agora entramos na parte prática de escolher o animal. Recomendo que escolha um que se adapte ao seu estilo de vida; seja adotado ou comprado; antes de adquiri-lo, observe como ele interage com os irmãos ou outros animais do abrigo, como ele interage com você e outras pessoas... é calmo e tranquilo ou inquieto e agitado?
Quanto ao comportamento, com as raças conseguimos prever um pouco de como será o comportamento do cão. Estudar as raças antes de adquirir é imprescindível! Pesquise e busque informações com amigos ou profissionais (veterinários e adestradores) que já tiverem aquela raça pela qual se interessa e veja se ela cabe no seu orçamento e na sua dinâmica familiar e pessoal.
Em muitos casos, há pessoas que sonharam a vida toda em ter uma raça específica de cão ou gato e realizar esse sonho sem ter estudado e planejado é uma forma de priorizar o seu bem estar ao do animal. Por exemplo, ter raças de neve em regiões de muito calor ou raças gigantes dentro de uma kitnet são situações que vão exigir o triplo de dedicação do dono para que as condições não sejam impróprias para o bem estar da saúde física e mental do animal. Além de questões de temperamento e comportamento, lembre-se que cada raça envolve condições de saúde e higiene específicas e todas elas têm suas particularidades clínicas. Analise se todos estão prontos para situações adversas da raça e se elas cabem no orçamento que você dispõe.
Para prever o comportamento de um animal sem raça definida, recomendo que adote animais um pouco mais velhos, com pelo menos 6 meses ou 1 ano de idade. Eles são muito jovens e têm a vida inteira pela frente, e também os animais com 1 ano ou mais são menos adotados e têm mais chances de passar o resto da vida no abrigo. Filhotinhos bem novos e sem raça definida são uma caixinha de surpresa, então adotar esses filhotes mais velhos é uma forma de tentar prever o comportamento deles, conversando com funcionários e voluntários que cuidam e convivem com o animal, para saber se o comportamento dele se encaixa com sua rotina e sua vida.
Durante a visita para conhecer o cão ou gato, repare no local... veja se é uma ONG responsável ou um criador certificado e confirme presencialmente se são responsáveis quanto às condições sanitárias e à qualidade de vida dos animais e se a mãe, pai e irmãos estão saudáveis também.
Converse com a família, faça os cálculos financeiros necessários, estude sobre a raça ou converse com os funcionários da ONG para poder tomar a decisão que comprometerá os seus próximos 10-15 anos. Seja um tutor consciente de suas responsabilidades e esteja disposto a educá-lo e treiná-lo, seja um cão ou gato de qualquer idade ou qualquer raça, pois pode ser necessário maior dedicação dependendo do comportamento do animal. Por mais que tentamos nos preparar e prever, ele sempre pode nos surpreender.
Há um ditado entre os educadores de cães que diz "não existe o cão perfeito", nós temos que aceitar a individualidade do animal e trabalhar questões comportamentais respeitando essas características, sempre com o mesmo amor e responsabilidade da hora que decidimos adotá-lo.
A Coluna deste mês é dedicada a uma amiga querida que está do outro lado do mundo se planejando muito para este momento tão importante que é a chegada de um animal à nossa família.
Boa escolha a todos !