31/07/2008
Com a aproximação das eleições municipais, tem início o bombardeio de campanhas dos candidatos a prefeito e vereadores, que invadem nosso espaço vital com todo tipo de sons e imagens. É justo e necessário que conheçamos o perfil daqueles que se dizem dispostos a melhorar as condições do nosso município, a garantir melhor qualidade de vida a seus cidadãos. É através da propaganda e dos comícios que nossa escolha eleitoral se define; no entanto, há limite entre a informação necessária e o abuso invasivo que muitos candidatos infligem aos possíveis eleitores, que têm tido ultimamente seus tímpanos atacados por trilhas (tralhas?) sonoras alardeando os predicados dos talvez prefeitos e vereadores, em trios elétricos pelas ruas da cidade. Se estamos conversando, é preciso esperar a banda passar para que nossos pensamentos se tornem novamente audíveis.
Já na mídia impressa, no rádio e na TV, ainda é possível alguma seleção do que e quando desejamos saber a respeito dos nossos futuros representantes, parte importante desse processo.
A Internet, claro, não fica fora desse assédio. Aos poucos, e-mails e scraps, começam a pipocar na nossa tela, trazendo os candidatos para dentro do nosso mundo virtual, tão pouco privativo, para o qual não é preciso bater antes de entrar. E assim, mais uma porta se abre àqueles que buscam o nosso voto, usando de todos os artifícios, ora mais, ora menos convincentes para obtê-lo. Nesse meio de comunicação tão acelerado, imediatista, onde não há muito tempo ou espaço para grandes considerações, é preciso estar alerta para a veracidade das informações divulgadas, das difamações difundidas, manter em alta nosso nível de questionamento e seletividade.. Há de tudo na Internet, das coisas mais sofisticadas e elevadas, às mais medíocres e nocivas. Isso se estende, sem dúvida, à política, que não costuma primar pela ética em nosso país. On line, então, os limites são ainda mais tênues.
Se pretendemos melhorar a qualidade de vida da cidade em que moramos e trabalhamos, podemos começar a tomar por base justamente o modelo de campanha que os candidatos adotam, os meios de que se utilizam, a firmeza de seus propósitos, o respeito à privacidade do eleitor, o cuidado com a cidade e o cidadão, a elegância e ética de sua abordagem, seja ela real ou virtual. A Internet é um dos espaços mais abertos e democráticos que existe, mas não menos digna da consideração, especialmente por quem ambiciona nosso voto.