18/02/2020
É com muita honra e alegria que inauguro esta coluna! Será um
prazer dividir com você, caro leitor, um pouco do que acontece em nossa região
no âmbito da cidadania e de ações relacionadas à sustentabilidade ambiental e
social.
Tenho 46 anos, sou casada há quase 20 e mãe de dois filhos
adolescentes, além de três cães. Moramos na Granja Viana desde 2005, mas apenas
a partir de 2009 passei a conhecer mais a região, pois tivemos negócio aqui, no
segmento de serviços automotivos (antes eu trabalhava em uma empresa em SP), o
que foi uma grande oportunidade de conhecer melhor as características e
dificuldades da localidade. A preocupação com o meio ambiente já era
prioridade: logo no início conhecemos a Coopernova (única cooperativa de
reciclagem de Cotia até hoje) e foram nossos parceiros durante os 4 anos que
funcionamos: semanalmente coletavam os materiais recicláveis da oficina de
funilaria e pintura. Posteriormente, indiquei no condomínio onde moro e a
coleta é feita desde então, há alguns anos.
Aos poucos fui conhecendo projetos sociais como o Projeto
Âncora, a Casa do Moinho (onde sou professora voluntária desde 2013), a ANUEPO,
a Associação São Joaquim para a Maturidade, a APAE, a Casa de Apoio e outros. Também
movimentos como o MDGV (Movimento em Defesa da Granja Viana), formado em 2009 por
um grupo de pessoas que lutaram contra a derrubada de uma extensa área verde, que
daria lugar a mais um empreendimento imobiliário. E ainda grupos como o Transition
Granja Viana, responsável pela criação da EcoFeira Granja Viana, do Mercado de
Trocas e de outras diversas ações pela comunidade.
Uma das experiências mais intensas que vivenciei como cidadã
foi pela segurança. Em abril/2017 montamos um grupo com síndicos e representantes
dos residenciais, além de moradores de duas ruas principais do nosso entorno.
Meu incômodo era o fato de cada um estar “entre seus muros”, individualmente
tentando melhorias para a região. Pouco mais de 1 ano e meio depois, em agosto/2018
infelizmente ocorreu a morte de uma vítima de assalto, ao sair do Shopping
Granja Viana. Batizado de “Granja Viana pela Paz”, o movimento culminou
na manifestação pela segurança, realizada em 02.09.2018. Os resultados? Não
cabe mensurá-los em números, mas sim pela valiosa experiência de ver tantas pessoas
empenhadas por algo de interesse coletivo, saindo de suas casas em um domingo
ensolarado para demonstrarem sua indignação.
Entretanto, como costumo comentar pessoalmente ou em redes
sociais, precisamos praticar continuamente essa cidadania. No caso específico
da segurança, o Conseg* (Conselho de Segurança) é o fórum adequado, em que
representantes das autoridades responsáveis estão presentes e a população
precisa ouvir e opinar, além de levar suas demandas.
Outro movimento constituído por moradores da região que
surgiu mais recentemente, em outubro/2019, é o SOS Raposo, um pedido de
socorro para a nossa quase intransitável Rodovia Raposo Tavares. Foi criado um
abaixo-assinado como parte de um conjunto de ações, cujo principal objetivo é chamar
a atenção das autoridades, principalmente do Governo do Estado, para o caos
enfrentado diariamente por milhares de pessoas. Mais de 10 mil pessoas já
assinaram, mas é necessário muito mais para, de fato, sensibilizar o poder
público e ter resultados concretos. Estão envolvidos moradores, trabalhadores,
além de comerciantes e empresas da região.
Esses são apenas dois exemplos que ilustram a união de
pessoas comuns, motivadas pela necessidade de solucionar problemas. Sem dúvida outras
tantas já aconteceram e continuarão sendo organizadas por cidadãos que se unem
e arregaçam as mangas, em benefício da comunidade. Localmente, em
bairros, bolsões, residenciais ou condomínios, muitas pessoas unidas fazem
acontecer!
É preciso que cada um de nós comece, dentro das suas
possibilidades, a acreditar que dá para melhorar participando mais, criando
redes colaborativas e trocando experiências. Não podemos esperar o outro
resolver, cobrar o outro, reclamar nas redes sociais ou apenas criticar, temos
que ir à luta! A mudança de nosso entorno depende de nós!
E você, o que te move a participar de uma ação? Tem um exemplo para
contar de mobilização que teve resultado? Escreva e
conte para compartilharmos aqui: marise.uemura@gmail.com