13/10/2021
Aos poucos, com o avanço da vacinação, parece que o dia-a-dia de boa parte das pessoas está voltando ao ritmo. No entanto, um dos legados da pandemia está latente: o desemprego e com ele as dificuldades financeiras de milhões de brasileiros, agravadas ainda também por problemas de saúde.
Cidadãos comuns continuam engajados a levar amparo, alimento e amor a anônimos, pessoas carentes que realmente precisam de auxílio básico, para tentar se levantar e seguir.
A boa notícia é que mais uma moradora da região da Granja Viana decidiu “arregaçar as mangas” e agir: conforme relata Luciana Ottati Freitas, a idealizadora do projeto Grãos de Ajuda, o sonho de ajudar pessoas necessitadas foi concretizado no mês de abril deste ano, após uma noite de insônia, quando ela efetivamente planejou o início da ação social.
Atualmente, com o apoio das amigas Maria Pizzi e Vera Pereira Barreto e de doadores, são atendidas aproximadamente 70 famílias das regiões de Jandira, Cotia, Itapevi e Barueri. Mensalmente, cada família recebe uma cesta básica completa, um bom kit de higiene pessoal que contém também absorvente íntimo para meninas e mulheres. As entregas são feitas pessoalmente pela equipe, de casa em casa, garantindo assim a atenção e a demonstração de amor e carinho a estas pessoas. A escolha dos assistidos é feita com o apoio de líderes das comunidades, sendo priorizadas pessoas impossibilitadas de trabalhar por questões de saúde, mães sem marido/parceiro e idosos.
Luciana destaca: “Após 6 meses de ações, percebemos que a doação de alimentos não é só assistencialismo, primeiro porque as famílias escolhidas ou estão à procura de emprego, ou seus responsáveis estão incapacitados de trabalhar”. Além disso, segundo ela, mesmo aquelas que possuem alguma renda, ainda que insuficiente, conseguem destiná-la para outras necessidades básicas, pois não precisam se preocupar com a compra de alimentos. Casos como o de um chefe de família que conseguiu comprar seus óculos para corrigir o grau e de uma mãe que economizou no alimento e pagou um curso técnico para o filho conseguir uma melhor oportunidade de emprego, são exemplos que reforçam a importância do projeto.
“É uma obrigação social dar algum apoio para moradores da região que, devido à pandemia, perderam empregos, saindo da pobreza para a miséria”. Luciana demonstra sua convicção de algo que toda a sociedade deve ter consciência: realmente o problema é de todos. Se o poder público não faz, não consegue ou não faz o suficiente, nós, cidadãos precisamos nos engajar, nos mobilizar para apoiar ações como esta, em um momento tão crítico para nossa sociedade.
A experiência do projeto Grãos de Ajuda mostra exemplos emocionantes: as famílias atendidas colaboram entre si, avisam se em determinado mês conseguiram alimentos de outra fonte e indicam famílias que precisam ainda mais. Interessante que já ouvi um relato parecido quando escrevi aqui ano passado sobre a ação Unidos por Carapicuíba. O responsável também contou que isso acontecia, se em determinado mês a família assistida tivesse conseguido trabalho ou o alimento, informava para que outra mais necessitada recebesse.
Luciana finaliza com um chamado: “Essa experiência de ver tanta escassez, miséria, falta de estrutura, de segurança e de acesso à saúde e ao saneamento básico, além da falta de oportunidade, e chegarmos lá com ajuda, não tem preço. Tirar da miséria levando alimento e amor é um ato de coragem e é muito fácil. O que do lado de lá é uma ajuda enorme, no de cá é muito pouco. VENHAM COM A GENTE!”
Para ajudar:
Em dinheiro via PIX ou em alimentos não perecíveis ou cestas básicas. Contato:
Mais informações no perfil do Instagram: