27/01/2021
Motivações e impactos de atividades empreendedoras da atualidade
O empreendedorismo vem crescendo nestes últimos anos como uma alternativa de sobrevivência e busca de realização pessoal. Entretanto, muitas pessoas acham que empreender é somente ter uma ideia e colocar em prática sem nenhuma preparação prévia. E às vezes sabemos que este “bota para fazer” é necessário para conseguir pagar as contas, os boletos e colocar o alimento na mesa de casa.
Segundo a pesquisa Global Entreprenership Monitor (GEM), realizada desde 2002 em vários países do mundo, no Brasil, em 2019, cerca de 88% dos empreendedores iniciais concordaram com a opção de resposta de que a motivação para empreender era para ganhar a vida porque os empregos estão escassos. Mas 51,4% dos respondentes também colocaram ter começado um empreendimento para fazer a diferença no mundo.
Esta mesma pesquisa mostra que temos 38,7% do percentual da população de 18 a 64 anos empreendendo no país, sendo que este dado em 2002 era 20,9%. As mulheres, pessoas negras e entre 34 e 55 anos são as que mais empreendem por não terem emprego.
Segundo o SEBRAE, na pesquisa GEM 2020, que está sendo compilada, o Brasil deve atingir o maior patamar de empreendedores iniciais dos últimos 20 anos com um quarto da população adulta do país empreendendo, devido, principalmente, à crise da pandemia do Covid.
Pois é, “ter o próprio negócio” é o quarto sonho mais citado (37%) nesta pesquisa GEM 2019, maior que “fazer carreira numa empresa” (23%). O sonho das gerações passadas de entrar na “firma”, trabalhar bastante e se aposentar bem, na mesma empresa, já começa a diminuir.
A pesquisa Panorama de Negócios Digitais Brasil 2020, realizada pela Hero Spark, mostrou que 54% dos empreendedores digitais começaram seus negócios há menos de um ano. Na pesquisa de 2020 do Instituto Rede Mulher Empreendedora (IRME), 36% das empreendedoras indicaram que o faturamento não foi impactado ou que aumentaram o faturamento durante a pandemia. Além disso, 66% das mulheres se mostraram mais confiantes com o futuro nos seus negócios.
Sim, temos que ter mais confiança neste momento em que estamos buscando alternativas para sair do problema pandêmico no país. Porém, temos - e ainda devem se agravar muito -, desafios sociais relacionados às melhorias na saúde, atualização e desenvolvimento da educação, necessidade de tirar muita gente da linha extrema da pobreza, falta de alimentação básica e adequada, muita violência doméstica contra a mulher e crianças, toxicodependência, racismo, queimadas, desmatamento, entre outros.
A ideia aqui não é ter uma taquicardia olhando este “copo meio vazio” das dificuldades, mas, sim, encarar estes desafios como uma jornada a ser percorrida, usando a inovação e a criatividade que temos muito no Brasil para resolver estes problemas, de forma planejada e empreendedora.
Bill Drayton, professor e idealizador da Ashoka, coloca que o empreendedor de impacto social é aquele profissional que aponta tendências e traz soluções inovadoras para problemas sociais e ambientais, seja por enxergar um problema ainda não reconhecido pela sociedade ou por vê-lo por meio de uma perspectiva diferente.
Exatamente como devemos agir neste momento! Buscar outro prisma e trazer novas percepções para empreendermos com uma ação social, um projeto social, uma organização sem fins lucrativos ou até um negócio que ajude e busque impactar, positivamente, nas questões sociais e ambientais. Temos, sim, o poder de fazer a diferença no mundo, como mostrou a pesquisa GEM.
Busque conhecer mais profundamente os problemas sociais ou ambientais que você quer ajudar a resolver, com dados e informações confiáveis. Pense numa solução que cause impacto positivo efetivo num formato de projeto, produto ou serviço. Planeje, modele, teste, pivote e faça de novo! Não é fácil, mas busque sempre mais conhecimento, capacitação e continue.
Pois isso é o que vale a pena na nossa vida! Autodesenvolvimento sempre!