09/03/2006
Primeiro dia de aula e minha classe mais parece um mapa mundi. Paris, Austria, Suécia, Noruega e um olhar familiar: Brasil! Curitibana com sotaque cantado. Eu escrevo olhando para todos e nao faço a mínima idéia do que pensam, como pensam e nem que em que lingua falam. A nao ser a brasileira, que agora esta curiosa. Daqui a uns 5 minutos a professora deve chegar, sem dúvida será uma experiência transcendental.
Frida e Hanna, as duas suecas, estao conversando e eu nao consigo identificar onde termina uma palavra e começa outra. Vingo-me com esse texto em português, mas me rendo a Hanna. Abaixo o lápis e levanto os dedos, seus dois olhos azuis me prenderam. Um tom completamente novo, é como se ela tivesse o mar do caribe no rosto, ou pelo menos duas gotas. Ela é loira, tem o cabelo frisado ondulado e possui uma pinta geograficamente localizada debaixo do sílio inferior direito. É daquele tipo de mulher que se pode amar de todos os jeitos, inclusive platonicamente.
Eu só nao estou apaixonado porque nao sei dizer tudo isso em sueco. Mas por enquanto e por muitos enquantos que virao, o espanhol é o que nos une.
A professora chegou e eu juro que ao desviar seu olhar para porta, Hanna parou no meu castanho escuro.