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Religião ou psicoterapia? Parafraseando Pessoa, claro — começo: o Eu e os outros eus

06/11/2008



Parafraseando Pessoa, claro — começo: o Eu e os outros eus...

Há uma confusão enorme na cabeça das pessoas quando se trata de uma escolha entre linhas de crescimento psicológicas, vamos falar assim, e religiosas. Para as primeiras, o eu é importantíssimo; para as últimas, não, tanto mais ainda se forem orientais. O ego, para a psicologia, é fundamental; para o budismo, é a doença maior. Como compreender isso? E por que isso é importante?

Tudo o que você quer na vida, se pensar bem, é ser. Ser você mesmo. Acabamos por nos complicar terrivelmente ao preenchermo-nos com todo tipo de adornos e desnecessariedades, sejam estéticos, de consumo, ideológicos, vaidades. O mundo está repleto destes apelos inúteis. Deixamos assim a questão fundamental da vida de lado. Que é: quem é você? você se conhece? o que, de tudo o que vive, compra, fala, age, é autenticidade? o que é apenas adorno estético, ideológico, etc., ou, pior ainda, puro engano?

Para responder a essas perguntas é preciso já de antemão saber que podemos viver a vida inteira sem saber realmente quem somos. Escondemo-nos atrás de falsos eus, que se baseiam em expectativas sociais de beleza, dinheiro, poder, inteligência, sem de fato nos perguntarmos quem somos e, em última análise, o que estamos realmente fazendo aqui. Pessoas extremamente inteligentes, bem-sucedidas e desenvolvidas às vezes não têm a menor idéia de quem realmente são, porque não se fazem essa pergunta e procuram compensar as angústias que sentem através do reconhecimento social, familiar, político, etc. Mas não precisa ser assim.

Quem procura acha, e ao ao se perguntar quem você é, já está dando um grande passo.

O valor profissional, social ou familiar de cada um necessita reconhecimento, sim, mas não responde quem você é. Nem o analista, o astrólogo, o padre, o cientista social, Einstein, Guimarães Rosa, ninguém destes. Só você mesmo pode sentir qual é a resposta. É assim.

Sartre disse isso em um de seus livros, de maneira um pouco diferente. Ele colocou desta maneira: você necessita de um conselho sobre como viver a sua vida? ótimo! Mas de quem vai obtê-lo? quem vai escolher como conselheiro? seu pai? sua mãe? um político importante? o padre? o general? o velhinho sábio? o adolescente atirado? em certo sentido, estamos “condenados a ser nós mesmos”, queiramos ou não. Escolher ser, é ser; escolher não ser, é ter que ser igualmente, mas com mais sofrimento... Não há como escapar do fato de que cada um de nós é ao mesmo tempo igual aos outros e único, totalmente diverso.

É por isso que a psicologia considera importante “desenvolver o ego”. Desenvolver o ego é ser capaz de crescer no mundo em que se vive, para poder descobrir quem se é... mas o ego não é a verdadeira individualidade. Os orientais, com seus sistemas espirituais, dizem isso muito claramente, ao denunciar o ego (na linguagem deles!) com a maior de todas as doenças. Referem-se, claro, ao(s) falso(s) eu(s), que se apóia(m) em uma imagem social ou forjada de si mesmo, parasitando as energias interiores de cada um. Para o budismo, depois do ego está o vazio — o vazio luminoso, vazio repleto de amor e sabedoria, que é capaz de compreender o mundo e o indivíduo na sua intimidade mais interior... Para a psicologia de Jung, depois do ego estão os arquétipos, as imagens universais, que nos re-ligam com a humanidade histórica, cultural e antropologicamente – de maneira orgânica, se pudermos dizer (o inconsciente coletivo, que é a camada arquetípica da personalidade, não é senão a própria natureza dentro de cada um, diz Jung). A melhor imagem da individualidade que conheço vem de Krishnamurti: a individualidade é um redemoinho dentro do rio. Todos somos água, mas cada torvelinho é eternamente único.

E por que é importante falar sobre esse assunto? Porque em certo sentido não há nada mais a falar. Nada é mais importante do que isso: tudo é decorrência de como nos colocamos frente a essa pergunta: “Quem é você?”

Conforme a resposta que procuremos dar, o mundo será — bom, repleto, sincrônico, amoroso, ou solitário, vazio, difícil, cruel.

Mais uma coisa apenas: só sabemos realmente quem somos quando temos o ensejo de encontrar, perante nós, um Outro... aquele que é tão si mesmo quanto nós somos, totalmente igual, totalmente diferente — e que, portanto, precisa ser conhecido — ao menos enquanto não é total mistério. Mistérios são para ser vividos, não explicados.

Enfim: religião ou psicoterapia? Talvez religião e psicoterapia. As duas podem viver maravilhosamente bem juntas, porque no fundo a pergunta continua sendo a mesma, desde os tempos da antiguidade: quem é você?

Dialogando, vamos nos des-cobrir?


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