09/10/2009
Por Angela Goes
Na noite passada fiquei pensando nos nossos relacionamentos humanos e comparando-os com os relacionamentos virtuais.
A tecnologia é avançada, poderosa, inovadora, mas fico pensando que o sangue que circula em nosso organismo, na nossa “CPU”, é muito mais poderoso, porque tem o poder de gerar as criaturas que vão criar outras novas tecnologias. Sem falar do nosso coração, o nosso “chip” mais potente.
Os nossos e-mails nos chegam numa fração de segundos, mas numa fração de segundos também pode dar “pau” no nosso PC e podemos perder tudo: arquivos, programas, imagens e mensagens.
Numa fração de segundos eu penso nas pessoas que amo e ninguém, ninguém mesmo consegue entrar na nossa memória nem apagar o que nela contém, porque fica gravado pra sempre e podemos ter acesso aos pensamentos, lembranças, e também às imagens que formamos, criamos, em qualquer momento que quisermos.
O pensamento é tão veloz quanto a internet mas só o dono do pensamento é que tem acesso, e melhor, gratuito. Tá certo que a gente tem muita informação na internet, mas quanto mais informação, mais tempo nos é tomado. Até livro virtual já temos acesso. Eu prefiro os meus livros reais, porque posso tocá-los, posso grifar textos, frases, posso levar na bolsa pra ler numa viagem, posso deitar numa rede e ficar balançando enquanto leio. Posso guardar um bilhete de amor dentro dele ou pétalas de rosas. Isso não dá pra fazer num notebook.
E as redes de relacionamento? o Orkut, Messenger, Twiter, etc.. ? A linguagem pode ser toda abreviada mas todo mundo pode saber da vida de todo mundo, de particularidades, detalhes. A gente pode até adivinhar o estado de espírito das pessoas no messenger, basta ler a frase no box de entrada...
Outro dia li uma frase: “o que não me mata, me fortalece” Tá na cara que essa pessoa discutiu com alguém. Outra: “ a essência precede a existência”.
Tá na cara que é alguém que leu Aristóteles. Outra: “ui, ai “. Isso é muito ambíguo...pode gerar interpretações dúbias, maliciosas...
Mas tem outras coisas boas nesse mundo virtual, sei que tem. Uma delas é poder entrar num site bacana como este e ter a liberdade de escrever nesse espaço, o nossos pensamentos ou devaneios.
Viva a liberdade de expressão, aqui ou no papel.
Angela Goes, estudante de psicologia e moradora da Granja Viana.