25/11/2009
Por Camila Donato
Um rapaz que costumava passar lá no Café da minha família para papear, um dia me contou - disse ele que era só uma lenda - uma história muito interessante.
Bem, se era lenda ou não, já não podemos mais saber. Ou tem alguém aí que conheceu o famoso pintor espanhol e ainda está vivo para tirar essa dúvida?
O fato é que Picasso, no começo da carreira - sem um tostão no bolso e nenhuma vergonha na cara –, já se tornando mais conhecido, pagava as contas dos restaurantes com sua própria arte. Um guardanapo com um desenho seu autografado.
Aproveitando-se da recente fama, fazia isso sempre que um garçom o reconhecia. Espertinho o garoto não?
Mas como tudo o que é bom dura pouco, e ele nunca se deu conta disso, um certo garçom conseguiu ser mais esperto do que o gênio pintor.
Um belo dia, Picasso pagou a conta como de costume e o garçom trouxe de volta um outro guardanapo com um desenho que ele próprio havia feito e assinado embaixo. Claro que o nome do pobre carregador de bandejas demoraria algum tempo para virar um autógrafo, mas sem se importar, entregou seu guardanapo para o Picasso, dizendo que era o troco da conta. Boa essa não?!
Verdade ou não, os dois foram muito criativos. E o rapaz que me contou essa história, também tinha lá seu dom artístico. A figura pintava ovos de avestruz. Bizarro, porque eu nunca havia conhecido alguém que pintasse ovos desse animal e me senti super honrada. Era de fazer qualquer Picasso morrer de inveja.
E como esse rapaz dos ovos também era chegado em filosofia, ficamos os dois “matutando” sobre o ovo da avestruz. Um deles equivale a mais ou menos vinte ovos de uma galinha nossa. Imaginem fazer uma omelete ou uma gemada...Daria tranquilamente para alimentar umas dez pessoas de uma só vez, e com um ovo só. E como será que deve ser separar a gema da clara de um ovo desses? Fácil não deve ser.
Pequeno Momento Feliz: Picasso me deu uma ótima idéia! Eu amo sair para comer. Quem dera, eu fosse famosa para pagar as minhas contas do jeito que ele pagava? Comeria nos melhores restaurantes de São Paulo...A diferença é que eu precisaria de uma quantidade maior de guardanapos para redigir minhas crônicas e autografar embaixo. Acho que vou tratar de ficar famosa logo. Dá-lhe crônicas então!
Mora na Granja há mais de 20 anos. Adora estar em contato com a natureza e os animais. Descendente de ítalo-germânicos, atualmente administra com o pai, o Café do Edgar. |