16/07/2009
Logo ao nascimento o cuidado com os olhos é importante e realizado com o exame do reflexo vermelho e mapeamento da retina. As chamadas doenças congênitas, como a catarata, o glaucoma e a retinopatia da prematuridade, já estão presentes quando a criança nasce. Em sua maioria elas têm boas chances de cura. Diagnostico e tratamento precoces são fundamentais para a manutenção da acuidade visual nos níveis desejados, sem seqüelas permanentes.
E na infância, como os pais devem proceder?
Além de visitar o pediatra, a criança deve ser levada todo ano ao oftalmologista. É nessa fase que costumam se manifestar patologias como o estrabismo e os chamados "erros de refração" – miopia, hipermetropia e astigmatismo. Necessitam acompanhamento constante pois podem aumentar com a idade e prejudicar a criança na escola. Infecções como a conjuntivite também são comuns e precisam ser tratadas rapidamente para evitar maiores conseqüências.
É importante observar se a criança esfrega os olhos ou pisca muito; apresenta dificuldade para ler o que está no quadro-negro da escola; usa o dedo como guia ao ler; fecha ou tampa um olho para enxergar melhor; coloca a cabeça em posições difíceis para ler; coloca o objeto de leitura muito perto do rosto; ou ainda se tem os olhos vermelhos. Dores de cabeça nessa idade também podem indicar problemas visuais.
Quais são as queixas mais comuns dos adolescentes e adultos?
Nos adolescentes as dificuldades para enxergar e as dores de cabeça causadas por erros de refração (“graus”) são os campeões de queixa. É comum a doença evoluir e os óculos ou lentes deixarem de ser adequados. O uso errado de lentes de contato também é fonte de problemas visuais e infecções. Por isso recomenda-se aos adolescentes usuários de óculos ou lente de contato o exame de refração anual. Já os adultos com mais de 40 anos devem estar atentos à chamada presbiopia, popularmente conhecida por "vista cansada", que prejudica a visão de perto. Nestes casos, o grau aumenta progressivamente até por volta dos 60 anos e deve ser corrigido para obtermos o melhor conforto visual.
E a terceira idade?
Essa é a etapa da vida em que o cuidado com os olhos deve ser mais constante. A doença mais comum dessa fase é a catarata. Por definição, catarata é a opacidade da lente natural e transparente chamada cristalino e tem como sintoma a diminuição da acuidade visual. O tratamento efetivo é a substituição cirúrgica da lente opaca e implante de lente intra-ocular artificial e transparente. A moderna cirurgia é denominada Facoemulsificação, com incisão de 2-3mm e utilização de lentes intra-oculares dobráveis. Como resultado, esta técnica oferece recuperação visual mais rápida, menor possibilidade de inflamação e infecção intra-ocular.
Outras patologias que merecem atenção especial: glaucoma, que pode levar à cegueira irreversível se não for tratado; alterações causadas pela hipertensão arterial e diabete. O exame do mapeamento da retina é essencial pois a grande maioria os casos são assintomáticos, ou seja, não apresentam sintomas como dor, ardor ou coceira.
Como prevenir a deficiência visual ou cegueira?
As doenças que causam deficiência visual ou cegueira podem aparecer em qualquer fase da vida. Além dos problemas congênitos já citados, algumas situações como estrabismo e ambliopia (olho preguiçoso) são passíveis de tratamento. Causas freqüentes de ambliopia: estrabismo (desvio dos olhos) e anisometropia (diferença importante do grau entre os dois olhos). O tratamento é eficiente se realizado até os 7 anos. Após esta idade os resultados do tratamento são significantemente menos eficientes, com seqüelas permanentes para a acuidade visual das crianças. Podem levar à deficiência visual por falta de estímulo visual adequado.
Nos adultos, o diabete e as degenerações são causas importantes de baixa acuidade visual. Glaucoma, hipertensão arterial, doenças reumatológicas como a artrite reumatóide e o lúpus, também podem afetar a visão de modo irreversível.
Uma vez que em muitos casos as afecções oculares são assintomáticas, a Medicina Preventiva é importante instrumento para diagnóstico precoce. Avaliação oftalmológica periódica e seguir rigorosamente o tratamento pode evitar a progressão e agravamento do quadro, evitando a conseqüência mais grave - deficiência visual e cegueira.