21/12/2009
Por Dani Monaco
O Reino das Fadas Cor de Rosa era mágico e muito colorido. Nele habitava uma pequena bailarina chamada Olivia. De olhos grandes e pretos, boquinha de coração, ela vivia rodopiando pelos cantos com sua varinha na mão. Andava na pontinha do pé, com sua sapatilha brilhante, em passos delicados, toda confiante.
Era uma fadinha muito corajosa, não tinha medo de barata, de bruxa nem de fantasma. Pois sua varinha maravilhosa tinha o poder de transformar as coisas feias em belas estrelas no céu. Estrelas coloridas, de papel, que flutuavam no azul e balançavam levemente com o vento.
Houve um tempo, porém, que Olivia acordou sentindo algo diferente. Uma sensação estranha, que deixava seus pés paralizados feito estátua, seu coração batendo depressa e sua barriga doendo, como se ela tivesse engolido um tijolo. Estava com medo. Medo de sentir vergonha. Pois o grande dia de sua primeira apresentação como bailarina tinha chegado. E ela não sabia o que fazer. Não conseguia sair do lugar.
Queria chorar. Em vez disso, teve um pensamento mágico, daqueles que só Fadas Cor de Rosa têm. E tudo se iluminou como o sol da manhã. Percebeu que toda aquela vergonha era, na verdade, um grande fantasma. Feio e horripilante. Mas ela não tinha medo de fantasmas. Então pegou sua varinha, girou-a no ar três vezes e o que se viu depois foi incrível. Uma gigantesca estrela multicolorida, que parecia dançar no céu.
A música começou. E Olivia, sem medo e sem vergonha, dançou. E deixou um rastro de brilho por onde passou.
Historinha criada após a apresentação de ballet de minha filha no Clube Pitangueiras, sob direção da professora Eliana, a fada principal que tornou este conto realidade. Dani, uma granjeira recente, mas deslumbrada e apaixonada desde sempre.