14/03/2008
O sérvio Emir Kusturika, autor de obras-primas como Quando papai saiu em viagem de negócios (otac na sluzbenom putu) e, mais recentemente, A vida é um milagre (zivot je cudo), tem pouquíssimos títulos em DVD no Brasil. Parte deste erro será corrigida no próximo dia 17 de Março, quando sua obra máxima Underground – mentiras de guerra (Underground) finalmente dirá adeus ao VHS e fará parte do mundo da tecnologia. O filme (vencedor do festival de Cannes em 1995) é provavelmente o maior ícone representativo do constante caos que assola a região da ex-Iugoslávia. Conhecer Kusturika e refletir sobre sua forma de fazer cinema é a maior aula sobre a região do leste europeu para nós latinos.
O triunfo da arte visual pode ser conferido no título O assassinato de Jesse James pelo covarde Robert Ford (the assassination of Jesse James by the coward Robert Ford). Os contrastes e as cores são um deleite para os olhos graças à excepcional fotografia de Roger Deakins e a minúcia dos detalhes é bem composta pelo diretor Andrew Dominik. Em relação à história, para aqueles que adoram americanos que exaltam seus vilões e serial-killers (talvez graças a seus ainda mais tiranos governantes), é um prato cheio. Na minha opinião, é mais uma ode ao inútil.
Clive Owen é protagonista do filme de ação mais engraçado e estúpido desde True Lies (idem). Mandando bala (shoot’em up) tem todos os elementos errados de um péssimo filme de ação. Desde as interpretações, até as frases e seqüências de tiroteio e perseguição. No entanto, o diretor Michael Davis sabe bem tudo de ruim que está fazendo e utiliza a idiotice a favor do filme. Fãs do cinema trash vão adorar cada segundo. Os expectadores mais bem humorados também vão entender a piada. Só não tentem levar a sério, isso vai deixá-los um bocado irritados. No mais, desliguem a chave da inteligência e riam por 90 minutos ininterruptos.
José Vicente