22/06/2006
As pombas são para mim simplesmente as pombas, ou pelo menos eram. Não que eu não tenha nada melhor pra fazer, mas nas últimas semanas venho estudando o comportamento desses pássaros a que algumas pessoas se referem como praga e outros preferem o termo ratos de asa.
Sentado em uma praça é possível abstrair o som da cidade, dos automóveis, dos homens e se concentrar no ruído quase que frenético que usam para se comunicar, se é que se comunicam. O mais engraçado é que elas são milhares de milhões e eu nunca vi sequer um filhote de pomba. Tenho um amigo que disse que já viu, que tinha um ninho em sua janela. Não sei não! A minha hipótese é de que elas já saem prontas do útero da mamãe pomba. E se essa teoria se confirmar só lamento pelas fêmeas dessa espécie. Um dia desses fui privilegiado pela maravilha da natureza digna de um documentário inteiro do Discovery Channel: assisti de camarote a dança do acasalamento e o acasalamento propriamente dito de duas pombas que se amaram por eternos 5 segundos. Foi rápido, além de mágico. Depois do coito expresso, as duas se colocaram uma de costas para outra como em uma timidez apaixonada... Faltou um cigarro ou quem sabe uma migalha de pão compartilhada. Depois de um tempo se bicando voaram para nunca mais, em busca do amor efêmero... E eu fiquei no camarote, como que esperando o romantismo perdido...
A verdade é que nada me acrescentou estas duas últimas semanas observando as pombas, mas foram mais divertidas que aquela telinha quadrada divertida que nos hipnotiza. Enfim, conclusão da tese: Esses pássaros só pensam em comer e fazer sexo.
Sim, era o que eu pensava, são quase humanos.
Dedicado a Gustavo, companheiro de praça, companheiro de pomba!