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A importância do exame ocular nas crianças Por quê e quando examinarNos Estados Unidos e Europa o exame ocular nas crianças é realizado rotineiramente, da mesma forma que as mães freqüentam o ginecologista ou os pais, acima de 50 anos, o urologista

23/04/2009



Por quê e quando examinar

Nos Estados Unidos e Europa o exame ocular nas crianças é realizado rotineiramente, da mesma forma que as mães freqüentam o ginecologista ou os pais, acima de 50 anos, o urologista. No Brasil, apesar da importância, esse conceito ainda não é totalmente difundido e merece atenção especial.

Os olhos de pessoas de qualquer idade podem ser acometidos por diversas doenças. Dependendo da idade, sexo, raça, algumas ocorrem de forma mais freqüente. Nas crianças, algumas doenças podem ocorrer sem sinais ou sintomas, ou seja, de forma silenciosa.

O primeiro exame dos olhos deve ser feito logo ao nascimento. O pediatra ou neo-natologista realiza o exame do reflexo vermelho, quando será testada a permeabilidade ou transparência dos meios ópticos do olho e a vitalidade da retina. No caso de recém-nascido prematuro é fundamental o exame do fundo de olho por oftalmologista especialista no exame do fundo de olho, que irá avaliar a formação e desenvolvimento da retina.

A primeira consulta com oftalmologista deve ser realizada com 1 ano de idade e a partir daí de forma anual. O exame oftalmológico é realizado de forma diferente do exame do adulto e varia de acordo com a idade. Podem ser utilizados luzes, figuras, brinquedos e por volta do terceiro ano de idade geralmente é possível medir a acuidade visual das crianças.

As queixas mais freqüentes que se relacionam com alterações oculares são: dificuldades escolares; desinteresse; ardência; coceira; dor de cabeça e visão dupla. Os pais e pediatras poderão notar ainda sinais importantes: desvio de um dos olhos; lacrimejamento freqüente; dificuldade em abrir os olhos no sol; torcicolo; piscar com freqüência; segurar objetos muito próximos da face. A observação de pupila branca é sinal de alerta e a criança deve ser imediatamente examinado pelo especialista.

Doenças oculares mais comuns nas crianças:

- erros refrativos: miopia, hipermetropia ou astigmatismo. Se não descobertos são causas freqüentes de baixo rendimento escolar na fase de alfabetização e confundidas com falta de interesse da criança. A refração (grau) se torna estável por volta dos 21 anos de idade. Até esta idade o organismo está em processo de crescimento, podendo aparecer ou aumentar o grau do paciente.

- estrabismo ou desvio dos olhos. Até o sexto mês pode ser normal pela imaturidade das vias da visão, porém deve ser tratado assim que diagnosticado, sendo uma das causas de ambliopia (olho preguiçoso).

- ambliopia (olho preguiçoso): causado por estrabismo ou por diferença importante de grau entre os dois olhos e geralmente assintomática pois o paciente enxerga bem com os dois olhos abertos. Deve ser obrigatoriamente tratada até os sete anos de idade para que deficiência seja corrigida e a visão recuperada. A partir desta idade, o seu tratamento não é eficiente, pois as vias da visão já se desenvolveram de forma definitiva e como conseqüência, o paciente terá um déficit permanente e irreverssível da acuidade visual.

Outras alterações mais raras na infância devem ser descartadas durante os exames de rotina pelo oftalmologista: catarata e glaucoma congênito, alterações das vias lacrimais e raros tumores oculares.

O exame oftalmológico sistemático e rotineiro em crianças é primordial para diagnósticos precoces. Muitas vezes a cura só é possível se o tratamento for eficaz e realizado antes do desenvolvimento completo das vias da visão que ocorre por volta dos 7 anos de idade.

Dr Francisco Seixas Soares
Médico oftalmologista formado pela Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP/ Escola Paulista de Medicina.
Pós-graduando nível Doutorado pela pela Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP/ Escola Paulista de Medicina.
Título de Especialista em Oftalmologia pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia - CBO / Associação Médica Brasileira - AMB.
Médico oftalmologista e diretor da Gran Clinic.


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