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Agito Cultural

Taverna da Granja Na matéria desta semana quero destacar e também parabenizar a atitude de persistência e a iniciativa, únicas aqui na Granja Viana, dos sócios-proprietários Sérgio e Cláudio

15/12/2005



Na matéria desta semana quero destacar e também parabenizar a atitude de persistência e a iniciativa, únicas aqui na Granja Viana, dos sócios-proprietários Sérgio e Cláudio. Neste mês de dezembro, estamos completando seis meses de música instrumental ao vivo, todas as sextas-feiras, no restaurante Taverna da Granja.
“Taverna” é uma casa gostosa e aconchegante, com uma cozinha muito boa e um time de profissionais que atua com qualidade. Foi um período de convivência que nos despertou carinho, admiração e respeito.
No começo foi difícil. Às vezes tocávamos só para os amigos e alguns poucos clientes da casa. E, surpreendentemente, o Sérgio me dizia: “Felipe, vamos insistir. Temos uma música de qualidade e um lugar gostoso. Tem que funcionar! Vai dar certo!”
Algumas sextas-feiras eu não pude estar presente em virtude da minha agenda de shows, mas a peteca não podia cair, por isso sempre pedi para algum amigo músico tocar no meu lugar. A idéia ou o conceito das sextas-feiras do “Felipe Avila e convidados” é que eu, em cada uma delas, traga um músico “convidado” para fazermos um “duo”. E, foram muitos os músicos que vieram e curtiram tocar na casa. Entre eles tivemos:

Vinícius Dorin – Sax e flauta. Um dos maiores músicos do mundo e que toca com Hermeto Pascoal há 12 anos.
Itamar Collaço – Baixo acústico, granjeiro. Outra fera que toca há mais de 5 anos no Zimbo Trio.
Moisés Alves – Teclado. Um super tecladista de muito bom gosto. Um virtuose que toca com o Nenê, um dos maiores bateristas do mundo.
Zelão – Violão, granjeiro. O “rei” da harmonia, um músico ímpar.
Marinho Andreotti – Baixo acústico. Toca na Jazz Sinfônica.

Vieram também muitos outros músicos de qualidade, como o Lucas Vargas e o Beba Zanettini (teclado), Carlinhos Moreira (sax-flauta), Daddy Mallagoli (voz) e ainda alguns alunos meus, cheios de talento, como: Heitor Honda, Ricardo Gonçalves Filho e Nando Miranda da banda Jukabala (Violão).
Sempre tocamos a música que quisemos tocar. E tocamos do jeito que gostamos de tocar.
Sei que em alguns momentos podemos ter cometido alguns exageros no volume do som ou até mesmo nas “viagens dos solos de improviso”. Mas nunca houve comentários sobre isso, nem recebemos nenhuma sugestão de repertório, fato “tão comum” por parte dos proprietários de outras casas por aí. Nada aconteceu!
Lembro-me de que na primeira sexta-feira, meu convidado foi o Vinícius Dorin. A “fera” chegou cheia de vontade de tocar (como sempre). Em alguns momentos, enquanto tocava, cheguei a pensar: “Vixiiii... vai ser a primeira e última vez que tocamos aqui!” (rs.) “Estamos em um restaurante, não em um clube de jazz.” Por sorte, uma mesa grande com uns vinte turistas a bordo aplaudia tudo. Bem, a partir daí, valeu tudo mesmo.
Acreditem! Um dia, tive que insistir muito com o Sérgio para que me deixasse levar uma cantora para fazer uma sexta-feira comigo. Ele dizia que não… que as pessoas gostavam mesmo era da música instrumental que eu fazia ali.
Eu sempre tive a intenção de que meus convidados músicos tocassem instrumentos diferentes, e que isso nos desse a possibilidade de um repertório também diferente.
Na sexta do dia 9 de dezembro tive a alegria de poder tocar novamente com o Vinícius Dorin. Ele praticamente “morou” na Europa este ano. Foram diversas turnês com Hermeto Pascoal e outros artistas.
Para minha surpresa, o Cláudio (outro sócio da casa) me disse: “Esse saxofonista foi o primeiro músico que você trouxe aqui, né? Lembro-me dele, é muito bom mesmo”. Isso é muito gostoso e gratificante.
Combinamos que no ano que vem teremos o “Salsicha & Jazz” uma vez por mês. O ingresso dará ao cliente um petisco de salsichas e um chopp e a oportunidade de curtir um quarteto de música instrumental brasileira e jazz de alto nível.
Agora o ano está terminando. No próximo sábado vou a Brasília fazer um show com o Cid Campos, Augusto de Campos (o poeta), Walter Silveira, o performático Aguilar e o Arnaldo Antunes. De volta a São Paulo, participarei das gravações do novo CD do meu amigo-irmão Lelo Nazário.
Foi um ano com muitas alegrias, muitos convidados, amigos, entrevistas, matérias, revisões de texto feitas por minha companheira Maria Rosa e MUITA MÚSICA.
Fico feliz por ter feito parte do time de colunistas do site da Granja e de ter, corajosa e bravamente, conseguido entregar todas as semanas, sem atraso, uma entrevista ou um assunto diferente (rs). UFA! Mas foi muito gostoso!
Aproveito para desejar a todos um FELIZ NATAL com muita paz e um SUPER ANO NOVO, cheio de saúde, alegria e música. Até o ano que vem. Boas festas, boas férias, bons sonhos e bons sons!


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