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Agito Cultural

Mandu Sarará Conheci o Lucas Vargas, músico-tecladista, através da cantora Mona Gadelha com quem tenho tido, desde o ano passado, não só a oportunidade, mas também o prazer de trabalhar; é uma artista muito especial e com a Brasil Bizz em diferentes produções

09/03/2006



Conheci o Lucas Vargas, músico-tecladista, através da cantora Mona Gadelha com quem tenho tido, desde o ano passado, não só a oportunidade, mas também o prazer de trabalhar; é uma artista muito especial e com a Brasil Bizz em diferentes produções. Foram muitas viagens e shows durante 2005 e, durante esse período, foi grande a convivência que permitiu me conhecer mais de perto o trabalho do Lucas. Ele é um jovem músico muito competente e bastante requisitado no meio artístico. Lucas Vargas também trabalha com a cantora Monserrat, com Chico Cezar e vários outros.
Lucas, para minha grata surpresa, me deu de presente um CD do Grupo Mandu Sarará ― música instrumental brasileira de muito bom gosto. As composições são dos integrantes da banda e percebe-se um super capricho nos arranjos. O CD conta com as participações especiais dos músicos Proveta, maestro da Banda Mantiqueira, e de um dos maiores músicos do mundo, Hermeto Pascoal.

1- Qual o significado do nome Mandu Sarará e qual a relação do tipo de
música que vocês fazem com este nome?


Mandu Sarará vem do tupi-guarani e significa “português louro de cabelos enrolados”. A razão da escolha é que buscamos com este nome refletir um olhar quase estrangeiro que, nós da cidade, temos sobre a nossa música de raiz. Os ritmos brasileiros são nosso material de trabalho e a eles acrescentamos elementos musicais oriundos da música urbana como o jazz e a MPB.

2- Como é a formação do grupo? São todos compositores?

Todos nós somos compositores. O processo de composição, muitas vezes, é feito em conjunto. A formação do grupo é muito rica, pois todos os músicos tocam mais de um instrumento. Rodrigo Bragança toca violão, guitarra e viola caipira; Mário Gaiotto é dono da cozinha, com a bateria e a percussão. Já Rui Barossi fica com os baixos elétrico e acústico; Beto Sporleder trabalha com as flautas e os saxofones e eu mesmo me desenvolvi não só tocando piano, mas acordeom.

3- Este primeiro CD teve a participação de um dos maiores músicos do mundo ― Hermeto Pascoal. Como aconteceu isso e como foi esse encontro?

Foi muito legal. O Swami Jr., que produziu o CD, conhecia a produtora do Hermeto. Nessa mesma época, por coincidência (nada é coincidência [risos]), o Hermeto estava fazendo uma temporada de shows no Supremo Musical (*). Feito o convite, o campeão, “o mestre dos mestres, o músico dos músicos” aceitou participar do CD, o que, naturalmente, nos encheu de alegria. Mais que isso, nos deu muita honra, satisfação e enorme gratidão.
(* Felipe explica: SUPREMO foi uma casa na rua Oscar Freire que marcou toda uma época. Durante mais de 15 anos esta casa de shows abrigou excelentes grupos de São Paulo e deu lugar ao inédito, ao independente, ao contemporâneo e ao puro trabalho artístico.)


4- O Mandu Sarará acaba de voltar de uma temporada de shows na Índia. Como foi a receptividade do público indiano à música de vocês? Fale um pouco dessa experiência.

A receptividade foi surpreendente! O povo indiano é muito musical e acolhedor. E, realmente, vivenciamos uma experiência muito diferente. Imagine só a oportunidade que tivemos… realizamos um show para mil pessoas, tocando jazz brasileiro. O público não nos deixava sair do palco, insistindo com os pedidos de bis. Não sei explicar, talvez exista uma empatia (ou sintonia) grande entre eles e o som e os ritmos brasileiros.


5- Como é feita a distribuição e onde podemos encontrar o CD do Mandu Sarará?

A distribuição do CD é feita pela Tratore. O nosso CD está disponível na FNAC, na POP"s e no site Submarino. Também é possível comprá-lo diretamente da gente, pelo nosso e-mail: mandusarara@uol.com.br.

6- Já estão trabalhando num projeto para o próximo CD?

Você sabe como é, mal um trabalho é publicado e já se começa outro, com foco e olhar novos. Já temos, até o momento, umas quatro ou cinco faixas compostas e todos os músicos já se engajaram; estão super dedicados a mais este projeto. Minha expectativa é que possamos ter material muito bom e suficiente para iniciar as gravações até o meio deste ano.


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