29/06/2006
1- Você trabalhou com muitos e grandes artistas da MPB: Gal Costa, Caetano Veloso e Cássia Eller entre outros. Fale um pouco desta experiência vivida com eles e da sua história artística.
Trabalhar com gente consagrada é bom por várias razões. Uma porque você adquire visibilidade; outra porque você aprende com quem já tem experiência e tal. E, por último, no mínimo, você ganha dinheiro o suficiente pra ter bons instrumentos e equipamento de ponta.
2- Quais são suas influências e ídolos na música?
Toda boa música me influencia, mas é claro que todos têm seus preferidos.
Uma grande fonte de inspiração pra mim foi o Django Reinhardt, guitarrista cigano, nascido na Bélgica e que viveu muitos anos na França. Gilberto Gil nos bons tempos de música como o Expresso 2222 e ainda antes, ele sempre foi meu ídolo, principalmente ao violão. Garoto também me influenciou muito com aquelas melodias incríveis ao violão tenor e outras. Jacob do Bandolim é outro mestre de mão cheia, Chico Buarque também.
3- Uma agenda cheia de compromissos, viagens, shows pelo mundo todo e um envolvimento de corpo e alma com artistas diversos. Como você conseguiu manter acesa a inspiração e a vontade de gravar um CD de música instrumental?
Na verdade não era um sonho meu gravar minhas coisas, sempre achei que esse dia chegaria de fato, porém amigos como você e muitos outros é que foram os responsáveis por essa chama acesa. Mas, foi num período meu de “branco” que se deu depois da morte da Cassia Eller - artista com quem eu vinha trabalhando desde 1997 - que eu parei tudo e fiz uma boa reflexão de vida.
Isso alguma hora todos nós fazemos, nem que seja involuntário, não acha?
Muitas coincidências também rolaram nessa época, como a crise de mercado fonográfico e crise mundial em todos os setores e, também, o da economia e etc. Tudo isso me levou a ficar um bom tempo sem fazer nada pra ninguém, fiquei em casa refletindo pelo menos uns seis meses.
Daí, como eu tinha comprado um bom equipamento caseiro - um bom computador, dois bons microfones, Protools - e mais umas outras coisas necessárias pra gravar e editar, comecei então a rever tudo que eu já tinha feito antes em casa e não tinha chegado a nada. Comecei a arrumar e gravar quase tudo de novo. Depois de 2 meses em casa fazendo isso, percebi que tinha mais da metade de um CD e com um som muito bom.
Daí pra frente foi um tesão incontrolável de ver aquilo terminado. Nasceu então o Brasilêru e a vontade de não parar mais de fazer isso.
4- Falando um pouco do seu primeiro CD instrumental, como formou a escolha e a preparação das músicas e como foi a participação dos músicos que gravaram o CD "Brasilêru".
A escolha das músicas eu já falei um pouco na resposta anterior, fui fazendo outras músicas tipo, Nova, que foi feita numa tournée com Ryuichi Sakamoto pela Europa, no pretexto de me ambientar com alguns softwares, importantes ferramentas musicais como o Reason e o Live e o próprio Protools. Sobre as participações eu diria que elas foram acontecendo na medida em que eu fui gravando e meus amigos que ouviam, já se escalavam e assim foi. No final tive uns 25 músicos no meu CD.
5- Já está com novos planos e projetos futuros? shows? produções? viagens? ...
Estou com outro CD recém-lançado pela Maianga Discos, chamado “Nobreza”, esse é um CD em Duo com a cantora baiana Jussara Silveira, que está sendo distribuído pela Tratore, mesma distribuidora do Brasilêru.
E, claro, já estou começando a ver as músicas para um próximo instrumental.
6 - Onde o CD "Brasilêru" pode ser comprado?
No site da Tratore
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