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Ser feliz dá trabalho No final de dezembro, doei uma cachorrinha que estava há dois anos aguardando um lar.

27/01/2009








No final de dezembro, doei uma cachorrinha que estava há dois anos aguardando um lar.

Ela é uma vira-lata muito dócil, amorosa e, como não podia deixar de ser, se apegou ao pouco que tinha lá no abrigo: visitas diárias e a companhia de uma dezena de outros cães, todos abandonados como ela.

Fiquei muito feliz com sua adoção e achei que seu dia finalmente chegara. Mas, ela foi devolvida logo depois e disseram que não se adaptou, que estava apática e não estava se alimentando direito.

Claro, ela precisava de um tempo para entender que tinha um novo lar e também ter a certeza que não estava perdida novamente, que estava em segurança. Esta sensação de "estar abandonada" é muito comum em animais que viveram muito tempo em abrigos.

Sempre digo para os adotantes: imagine que te sequestram e soltam em outro local com pessoas que você não conhece. Você precisaria de um tempo para se adaptar, certo?

Mas, não deu tempo. Em vez de amparar a cachorrinha, foi mais fácil devolvê-la.
Eu não insisti, pois entendi que o adotante não estava preparado para conviver com um Anjo.

O problema é que as pessoas, a maioria delas, não quer ter trabalho. Diante da menor dificuldade elas desistem, o ser humano é muito preguiçoso.

Acho que a preguiça é o pior dos pecados capitais, pelo menos é um dos mais prejudiciais e, por causa dela, muitos deixam de sentir os maiores prazeres da vida.

Este moço que devolveu a Bombom se privou de seu olhar de gratidão, de sua presença amorosa e seu amor incondicional. Ele não chegou a sentir sua recepção calorosa ao chegar em casa depois de um dia difícil. Ele não teve sua cumplicidade nos momentos de tristeza e de dor.
Ele não sentiu nada disto, não deu tempo.

Muitas vezes me dizem: você faz um lindo trabalho e deve ter muita satisfação com ele, deve se sentir uma pessoa realizada. Claro que tenho muita satisfação, mas tenho muito trabalho também.

Como diria meu falecido pai, citando um ditado popular: "Você sabe das pinga que eu bebo, mas não sabe dos tombo que eu levo". É exatamente isto: minha ajuda aos animais é muito gratificante, mas tem também o outro lado bem pesado: os dias de luto por aqueles que foram resgatados mas não conseguiram sobreviver; as horas de intenso trabalho para cuidar de filhotes doentes; as dificuldades para amparar animais idosos que não conseguem mais se virar sozinhos; o desgaste diário por cuidar de dezenas de cães carentes de afeto e de companhia, marcados para sempre pelo abandono; a necessidade de sacrificar seu lazer para comprar a ração dos animais e a dor de sentir um gatinho muito amado morrer em seus braços depois de muito sofrimento.

A lista é longa e variada.
Para se ter o grande prazer de salvar uma vida é preciso muito esforço.
Ser feliz é trabalhoso, cansativo e por vezes muito triste.

Em compensação, pequenos gestos produzem imensa felicidade, como o poema que recebi recentemente. Há quase 3 anos doei o gatinho Dorival para o poeta Donizete Galvão. Agora ele está escrevendo um livro infantil chamado Mania de Bicho e fez um poema para o gatinho.

Gostaria de compartilhar com vocês!

O tal Dorival

Antes de ser o tal, Dorival
vivia na rua virando lata de lixo,
magro e de rabo quebrado,
teve a sorte de ser resgatado
por um anjo protetor de bicho.

Hoje, toda ração ele come
mas anda sempre com fome.
Dorival tem uma fome ancestral,
muito antiga, vem do tempo
em que não tinha nada na barriga.

Ele finge uma cara bem meiga
quando quer lamber a manteiga.
Para tudo que vê e cheira, ele mia.
Logo some mais um bife da pia.
O folgado alimenta a casa de alegria.



Maria Augusta Toledo


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