07/01/2010
Vivemos em um país miscigenado que é composto por diversas raças e povos de diferentes etnias. Os imigrantes italianos, espanhóis, alemães e japoneses também participaram do processo de mistura racial e colaboraram para que os brasileiros se tornassem mestiços, tanto na aparência, quanto na cultura.
Vamos iniciar uma série que conta a história de imigrantes que vivem na Granja Viana. Começamos com os italianos, apresentando o granjeiro Osmar Vidor, representante da família Vidor, família que está no Brasil há 130 anos.
A família pertence à região de Vêneto, na província de Treviso em Col. San Martino. Ao imigrar para o Brasil, estabeleceram-se numa colônia italiana em Caxias do Sul (RS), onde Osmar nasceu.
Osmar e sua esposa Valéria, também de descendência italiana, vieram para São Paulo em 1967 por motivos profissionais e moram na Granja Viana há 21 anos. Segundo Osmar, a maior dificuldade para se adaptar em São Paulo foi aprender a língua, o português, pois na colônia os italianos conservavam tudo, inclusive o dialeto, o vêneto.
De acordo com Osmar, a culinária e a religião foram as tradições mais preservadas, visto que a grande maioria dos italianos é católica e algumas comidas ainda se fazem em casa, como pão, macarrão, polenta, queijo, salame e vinho.
Uma parte do modo de vida também se conservou, eles ainda trabalham muito e têm muitos filhos, o que torna as famílias grandes. Também se mantém a prática do jogo de baralho e da mora, que é um jogo aleatório que consiste na soma dos dedos que os jogadores expõem sobre a mesa entre gritos e batidas.
O casal criou seus filhos na Granja, dentro de um padrão tradicional da família italiana. Eles foram incentivados a cuidar da casa seguindo o lema "para ter precisa saber manter" e antes das refeições sempre fazem orações. Visitam os irmãos constantemente em Caxias do Sul e apesar da dupla cidadania viajam à Itália somente a passeio.
Para comemorar os 130 anos da Família Vidor haverá uma festa de celebração nos dias 16 e 17 de janeiro em Caxias do Sul. A festa pretende ampliar o conhecimento e cultivar a amizade parental, além de resgatar os hábitos e incentivar os jovens a continuarem o Movimento Família Vidor como forma de cidadania e convivência solidária.
Marina Novaes