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Alcoolismo: O uso abusivo do álcool, em nossa sociedade, é quase tão antigo como sua história.

01/07/2010








O uso abusivo do álcool, em nossa sociedade, é quase tão antigo como sua história. Dotado de substância psicoativa, que produz uma inicial sensação de relaxamento e bem estar quando consumido, o álcool tem a propriedade de criar dependência química e psíquica entre seus usuários, quando ingerido com muita frequência. A isso se dá o nome de alcoolismo, doença que atinge um número cada vez maior de jovens e para a qual não há cura, mas pode ser controlada ou superada.

Segundo pesquisa promovida pela Associação Brasileira de Estudo do Alcool e outras drogas, Abead, os jovens entre 14 e 17 anos são responsáveis por 6% de todo o consumo anual de álcool do país e os de 18 a 29 anos são responsáveis por 40%.

Uma das poucas ações de sucesso no combate ao alcoolismo é integrar-se aos Alcoólicos Anônimos, mais conhecidos pela sua sigla AA. Essa entidade reúne Homens e mulheres de todas as idades se reúnem a fim de resolverem seus problemas e ajudarem uns aos outros na recuperação da desconcertante enfermidade, o alcoolismo. Nas reuniões o grupo segue uma cartilha dos Doze Passos, que consistem em princípios espirituais que podem acabar com a obssessão pela bebida, e Doze Tradições que dizem respeito à vida da própria Irmandade, mantém sua unidade e se relaciona com o mundo exterior. O A.A. ajuda milhões de pessoas a se recuperarem por ano.

A Secretaria da Mulher de Cotia, precedida por Ângela Maluf, abre as portas para que as reuniões, tanto dos A.A., quanto dos N.A. (Neuróticos e Narcóticos Anônimos), e dos AL-ANON (família dos A.A.) sejam realizadas. Entrevistamos alguns membros da irmandade, que contaram suas histórias de sofrimento e superação. Agradecemos a Ângela Maluf por sua colaboração nesta matéria.

Pepe, 62, é membro do A.A. há 21 anos:

"meu uso do álcool se aprofundou na adolescência, eu o consumia para conseguir conquistar e superar barreiras. Fui internado por cerca de 40 dias em uma clínica, e lá conheci o programa dos 12 passos do A.A. Procurei o grupo e frequentando reuniões fui me afastando da bebida. Parei de beber aos 41 anos, mas a essa altura minha carreira e minha família já tinham sido prejudicadas. O alcoolismo é uma doença progressiva incurável, que se manifesta lentamente, eu não tinha mais forças, até que o A.A. me fez perceber que eu não estava sozinho, todos que pertencem a esse grupo tem a vontade em comum de não voltar a beber".

Para Pepe, um dos grandes perigos é a pessoa não perceber que está ficando dependente do álcool, e que ele abre o caminho para outras drogas, como maconha e cocaína. Pepe acredita que "o estado deve entender o alcoolismo como algo a ser tratado e não reprimido", porque ele não é um vício, e sim uma doença, porque assim como todas as doenças, o alcoolismo não é reversível, diferentemente do vício.

Carmen, 50, é membro do A.A. há 14 anos:

"Comecei a beber com 11 anos de idade tomando Sidra, aos 16 e 19 passei a consumir, além do álcool, outras drogas e dos 24 aos 27 perdi totalmente o domínio da minha vida. O álcool aliviava a minha dor, sempre fui muito fechada, só ficava extrovertida quando bebia. Meu pai morreu aos 54 anos de idade por causa do alcoolismo, então, eu sabia que o álcool podia me levar à morte prematura".

"Tomei conhecimento do A.A. por intermédio de um amigo, lá consegui admitir que havia perdido o controle da minha vida, que estava insana. No grupo, seguimos os 36 princípios espirituais, um dos passos é fazer um inventário para conhecer melhor a sua vida, o outro é falar sobre o problema, o que me ajudou muito, porque só conseguia culpar minha mãe e outras pessoas. O que mais me motivou a procurar ajuda foi o sofrimento, a melancolia. Cheguei ao fundo do poço, maltratei pessoas e perdi oportunidades por conta do álcool. Ainda estou em fase de recuperação, mas hoje eu estou sóbria e busco as promessas de uma nova liberdade e felicidade".

Geraldo, 65, é membro do A.A. e está sóbrio há 29 anos:

"Desde o momento em que eu entrei no A.A. , em 1981, deixei de ser aquela pessoa inconveniente. Voltei a ser um pai, um irmão e uma pessoa responsável. Comecei aos 12 anos de idade e bebi uma quantidade tão grande de álcool que quase entrei em coma alcoólica. A partir de então passei a fazer uso de outras drogas e tive perdas totais de caráter, espiritualidade, sanidade mental e física. Em 1966 tive o primeiro sinal de que devia procurar o A.A., mas tinha um bom emprego apesar de um casamento desfeito, então, meu orgulho foi maior que a vontade de parar de beber".

"A bebida me tirou da angústia e do instinto de vingança que eu tinha pela minha ex-mulher. Quando eu bebia a primeira coisa que eu esquecia era dela, vivia uma vida de ilusão. Uma vez fui atropelado embriagado e cheguei a quebrar uma clavícula. Chegava bêbado em casa e colocava minha família toda para fora de casa".

"Defino o alcoolismo como diabetes, porque é uma doença que tem controle e pode passar despercebida. Para mim, só existe a cura com a desencarnação. A assiduidade nas reuniões do A.A. me deu a liberdade de ser limpo novamente".

"Quando entrei no A.A. estava sem emprego, sem casa para morar e sem amigos. O A.A. é uma luz no fim do túnel que ilumina a minha vida até hoje".

Para Geraldo, é impossível um alcoólatra beber socialmente, a sugestão do A.A. é evitar o primeiro gole, "de acordo com as estatísticas dos órgãos competentes, de 11 a 13% dos que ingerem bebida alcoólica se tornam alcoólatras".

Facundo,61, é membro do A.A. e está sóbrio há 25 anos:

"Comecei bebendo vinagre escondido embaixo da pia da cozinha aos 7 anos. Aos 12 anos tive a minha primeira bebedeira e aos 37 passei a beber compulsivamente. Procurei o álcool para aliviar a dor e o sofrimento".

"O gerente da minha empresa me contou do A.A. e passei a freqüentar as reuniões. O retorno que a irmandade me dá me tira a vontade de beber. Também faço parte de outros grupos como os Narcóticos e os Neuróticos Anônimos. O A.A. mudou a minha visão, antigamente me prendia à coisas materiais e imagens, hoje acredito em um poder e uma energia superior. Posso dizer aos alcoólatras que existem portas de saída, o A.A. é uma delas, cada um tem que se dar a chance de conhecer".

Ângela Maluf, presenciou os depoimentos e revelou que o seu pai era alcoólatra e isso fez com que a sua relação com ele e com a sua família se tornasse muito dolorosa. Ela acredita em ações como as do AA mas acha que só isso não basta, "atitudes mais severas são necessárias para preservar a vida de nossas famílias e ajudar os alcoólatras". Ângela acha que a sociedade tem que se policiar, "não devemos deixar que os botecos fiquem tanto tempo abertos e temos que incentivar a lei seca, só assim conseguiremos ajudar uns aos outros".

Ao fazer essa matéria, me surpreendi com o número alarmante dos jovens consumidores do álcool. Acredito que tanto o estado, quanto a sociedade não estão cumprindo seu papel. As autoridades não realizam campanhas contra o uso abusivo do álcool e permitem que as propagandas de bebidas alcoólicas sejam divulgadas livremente, apenas com pequenos avisos como "se beber, não dirija", ou "beba moderadamente", o que não é suficiente. Dessa maneira, o ato de beber acaba sendo estimulado. Os pais deixam de policiar seus filhos, perdendo o controle de seus atos e deixando livre o caminho para o álcool e as drogas.

Por isso, é importante conversar com os filhos sobre os riscos de abuso da bebida e observar se está havendo mudanças de comportamento significativas. Só assim é possível perceber se eles apresentam um novo modo de agir ou um odor estranho que podem ser indícios do alcoolismo. Não deixe para depois, daqui algum tempo pode ser tarde demais...


Campanhas como essa também funcionam




Marina Novaes


Fotos: Ligia Vargas

Reuniões do A.A.:

Grupo Recanto
Av. Eid. Mansur, 667 - Sala 03 - Parque São George
Todas ter. e qui. às 19h
Sáb. às 15h

Grupo Portão
R. Jorge Caixe, 108 - Bairro do Portão
Seg, quar., qui e sex. às 20h
Dom. às 9h
Plantão 24h: (11) 33159333

alcoolicosanonimos.org.br


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