01/02/2017
Quando se trata de nutrição, estamos sempre aprendendo que, de acordo com novas pesquisas, o que era certo, já não é mais. A boa nova é que os nossos avós estavam certíssimos!
Há mais de meio século, o Dr. Ancel Keys concluiu, em seu estudo em sete países, que as gorduras saturadas causam doença cardíaca. Realmente, a incidência dessa doença vem aumentando muito nos últimos 50 anos, e é provável que o tipo de gordura responsável por isso seja o óleo vegetal.
O consumo de óleos vegetais no início do século passado era de meio litro por pessoa ao ano; nos anos 50 esse número já tinha subido 50 vezes, e em 2000 chegou a ser 75 vezes maior. Vejamos o que isto acarretou:
Margarina: As gorduras trans - que hoje são proibidas em países como a Dinamarca e nos restaurantes de Manhattan -, são o resultado da hidrogenação dos óleos vegetais de modo que se tornem sólidos. Durante a sua industrialização a altas temperaturas são produzidos radicais livres e outras toxinas, sendo adicionados conservantes como BHT e solventes como hexanos.
As gorduras trans estão ligadas não só a doença cardíaca, mas também ao câncer, distúrbios hormonais, infertilidade, problemas na gestação, no desenvolvimento das crianças, problemas nos ossos e na pele. Um painel de cientistas do governo americano determinou, portanto, não ser seguro consumi-las.
Já a manteiga é rica em CLA (ácido linoléico conjugado), que ajuda a combater o câncer e a diabete. O difícil é encontrar manteiga que provenha de vacas que pastem e que não sejam confinadas, pois a que encontramos no supermercado, lotada de hormônios e antibióticos, também não nos faz bem.
Óleos vegetais: Quando aquecemos óleos poliinsaturados - como os geneticamente modificados óleos de canola, soja ou milho -, introduzimos colesterol oxidado no nosso organismo, o que transforma nosso bom colesterol (HDL) em mau colesterol (LDL). De acordo com Dr. Fred Kummerow, o colesterol oxidado é o verdadeiro culpado da doença cardíaca.
Até mesmo o azeite de oliva, que é tão bom para a saúde numa salada, não pode ser aquecido, e deve ser comprado em garrafas pequenas e escuras para evitar a sua oxidação.
Prefira cozinhar com óleo de côco, pois já é saturado e, portanto, não se altera quando aquecido. Mas lembre-se de usá-lo com moderação.
Gorduras saturadas: De acordo com artigo publicado pelo Dr. Malhourn no British Medical Journal em 2013, os óleos saturados aumentam seu HDL (colesterol bom) e seu LDL (colesterol ruim), mas é importante saber que existem dois tipos de LDL: o de partículas grandes (tipo A) que não está associado a doença cardíaca, e o de partículas pequenas (tipo B) que aumenta 3x as suas chances de sofrer um ataque cardíaco. O LDL tipo B aumenta quando consumimos açúcar refinado, refrigerantes e pães. Ao cortar o consumo de óleos saturados removemos somente o LDL tipo A, e o HDL que compensaria qualquer aumento em LDL.
Quando pesquisadores revisitaram os dados obtidos pelo Dr. Keys no estudo em sete países, descobriram que a doença cardíaca estava na verdade relacionada ao consumo de açúcar, e não de gordura saturada. Isto se explica quando entendemos a relação entre açúcar e LDL tipo B.
Por fim, busque equilibrar seu consumo de gorduras ricas em ômega 6 e ômega 3. O alto consumo de óleos vegetais - ricos em ômega 6 - gera desequilíbrio. O óleo de krill é uma boa fonte de ômega 3 e por estar na base da cadeia alimentar, é menos contaminado.
Encontre as gorduras “boas” na manteiga orgânica, no óleo de côco, nas sardinhas e anchovas (ricas em ômega 3), no azeite e no abacate. Como faziam os nossos avós!