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Planeta Eu

Quem vive aqui? Fui numa reunião de pessoas que gostariam de se juntar para morar bem próximas umas das outras e terem lugares e atividades em comum, criando assim uma comunidade

27/11/2013



Fui numa reunião de pessoas que gostariam de se juntar para morar bem próximas umas das outras e terem lugares e atividades em comum, criando assim uma comunidade.

A conversa começou num grupo grande: a arquiteta que tinha organizado o encontro contou de experiências pelo mundo afora de Cohousing, que é o nome de um movimento que nasceu na Dinamarca nos anos 60. Depois nos juntamos em grupos pequenos para responder a pergunta que ela tinha feito: “O que você acha necessário que exista no grupo para você se engajar num projeto desses de morar junto?”

Várias pessoas do meu grupo falaram em afinidade, sintonia, mas um homem não concordou. Ele disse que quer viver com o diferente, não com o igual, que seria o mais cômodo. Ele disse que gosta de conflito e do crescimento que vem dele quando as pessoas se envolvem.

Claro que sua voz dissonante causou incômodo, mas depois comecei a escutar com calma e pensei: “já vivemos com os diferentes! Quem sabe dá para criar comunidade onde já estamos, mesmo porque serão poucos os que poderão se mudar para um lugar novo com seus iguais. Muitos não podem sair por causa do trabalho, família, dinheiro...”

Como criar então conexão onde se vive? Uma mocinha, Julia, que por acaso é minha filhota, por coincidência, resolveu pensar neste assunto para seu trabalho de conclusão de curso na faculdade.

Ela se mudou daqui onde vivemos, na Granja, onde apesar de não termos quase contato com os vizinhos do condomínio, estamos conectados com muitos amigos, o que sempre fez com que ela se sentisse pertencendo a uma comunidade. Por isso, quando ela se mudou para um apartamento em São Paulo, estranhou muito o fato de perceber que as pessoas da vizinhança não se comunicam, não sabem umas das outras.

Ela criou então o Projeto “Bela Cintra, quem vive aqui?” usando o design para possibilitar interação e também despertar a consciência de que pode haver maior troca entre as pessoas.

Seguindo o exemplo da artista plástica norte americana, Candy Chang, ela escreveu num muro perto do seu apartamento: “Eu quero para a minha rua...” e as pessoas completavam com giz. Algumas respostas: Mesas na calçada parque, ciclovia, paz, um amor, travesti, asfalto em Osasco! puteiro, música boa.

Quando minha filha estava lendo as frases o dono de um bar próximo leu aquela que falava sobre as mesas na calçada e disse: “Boa ideia! Vou fazer isso!”

Em outro momento ela resolveu filmar as pessoas na rua. Viu um homem entrando num prédio e o convidou para conversar. Ele disse: “Você sabe quem eu sou?” Era o Gato Félix, produtor dos Novos Baianos na época que eles estouraram. Ele contou que na rua vive também uma mulher que foi dama da Bossa Nova, gravando muito nos EUA quando esse movimento foi reconhecido por lá e que ninguém sabe que ela mora ali.

Também os vizinhos desconhecem que atrás de uma discreta porta na rua, subindo uma escada, existe o The Hub. Um lugar muito bonito e muito amplo onde as pessoas podem trabalhar lado a lado alugando a estrutura de escritório e conhecer iniciativas de sustentabilidade que fervilham ali.

Enfim, muita coisa acontecendo num pequeno trecho dessa rua, e em todos os lugares da cidade, que poderiam estar beneficiando as pessoas que estão próximas, mas que passam desapercebidos por não existir práticas de interação no repertório das pessoas.

Julia conheceu Dona Josefina, sua vizinha. Descobriu que ela tem muitos conhecimentos que não estão sendo aproveitados, e que ela se ressente do isolamento crescente que não sentia nos primeiros tempos da sua morada no bairro.

Dona Josefina foi parar num cartaz que Julia espalhou pela rua, para contar para todo mundo sobre ela. A ideia é que mais pessoas possam saber dos seus talentos e, quem sabe, aproveitar para lanchar com ela e suas geléias que ela mesmo faz.

Comunidade? Sim, agora, aqui em volta! Já imaginou o bom rebuliço? Um comendo na casa do outro, trocando favores, fazendo compras juntos, dividindo despesas, aprendendo e ensinando... Por que não? Humanos são bons nisso, já viveram muito assim lá nas épocas das aldeias, das tribos, das pequenas cidades. É só ter a oportunidade de relembrar...

Foto: Cartaz feito por Julia Vargas


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Jany

Escritora e Focalizadora de Dança Circular no UlaBiná.

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