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Planeta Eu

“Ela que me faz um navegador” O Grande Everest que escalei esses tempos foi me conhecer um pouco mais

05/03/2015



O Grande Everest que escalei esses tempos foi me conhecer um pouco mais. Descobri na caminhada que há muitas forças dentro de mim e que não preciso obedecê-las. Antes achava que era livre porque me obedecia. Não tinha ainda mapeado essa dinâmica de impulsos dentro de mim. Acreditava que eu era o que sentia, minhas emoções.

O Lama Padman Santen, conta, mais ou menos assim, num vídeo disponível no Youtube, que quando se sentava para fazer a meditação Zen, com a orientação de prestar atenção apenas na respiração, ele se inquietava, por não ver sentido naquilo, até que em certo momento percebeu que havia o ar entrando e saindo, portanto movimento e alguém que observava esse movimento. Portanto alguém de “fora”. Alguém fora do movimento, portanto fora do tempo. Alguém então sob outras leis, imutável, indestrutível...

Tenho procurado me ver e ver o mundo sob esta perspectiva, a partir desse mirante. O texto a seguir, é anterior a essa visão. Ele fala de uma etapa dessa caminhada para esse mirante, quando começou em mim um olhar mais ampliado, uma convivência mais sadia com uma parte muito importante do meu mundo interno, de onde saem impulsos (de afeto, necessidades), que quando são mal compreendidos se comunicam de modo destrutivo.

Coloco aqui este texto com o desejo que as pessoas, que se sentem atadas a parte suas que machucam, possam se inspirar com esse escrito a se conhecer ainda mais um pouco. Falo de uma trilha, a que encontrei e que me ajudou na escalada. Claro que existem muitas outras...

Aqui vai ele:

Há um lugar em mim, entre tantos, onde mora meu coração. Nele vive alguém que chamo de Eu de Dentro. Alguém a quem fui apresentada quando essa Eu me feriu. Uma Eu de Dentro que eu nem sabia que existia. Se tivesse prestado atenção, eu poderia ter lido os tantos sinais que ela me mandava. Sinais inquietantes que me faziam me temer e que eu procurava ignorar.

Até que ela, a Eu de Dentro, se agarrou a algo do mundo desse outro Eu, esse que escreve aqui, que pensa, que age. Agarrou e se fixou de tal maneira que perdi o rumo, o sono, a paz. Adoeci. Adoeci de fantasia que não se desvanece. Adoeci da carta que meu Eu de Dentro me enviou. Adoeci de tentar traduzir algo que nem a letra eu conhecia.

Sinais de um lugar muito longe dentro de mim, desconhecido e, por isso, assustador. Um lugar feito de falta, medo e culpa, construído por emoções.

Foi preciso que o sofrimento fosse muito maior do que a estabilidade para eu, acuada, procurar ajuda. Procurar alguém que traduzisse comigo a mensagem.

Fui descascando. Primeiro a doença e seu ofício. Mapear os sintomas, buscar lugares possíveis onde ela estivesse amarrada.Depois, muito depois, de tanto me escutar e pesquisar nas minhas relações, eu me vi. Eu vi essa Eu de Dentro. Que surpresa! Mas antes precisei criar esse lugar protegido, na palma da mão da terapia para que ela-eu aparecesse em forma. A forma que estava por trás do desejo desenfreado, dos sonhos com carros sem breque, do pensamento obsessivo, do querer que machuca. Vícios, repetições, auto – destruição, mesmo que em pequenas e pouco ruidosas manifestações: o chocolate, o queijo, refrigerante, conversas sem fim na cabeça sobre um mesmo tema, emoções me descabelando...

Olhando ali, atrás disso tudo, eu a vi, se tornando clara para mim. Vi essa menina. Eu tão fresca, tão nova, tão protegida da vida real e suas durezas, veio curiosa me olhar, tão inocente e tão desprevenida. Eu a olho e digo que não quero cuidar dela. Ela não responde, ela não precisa que cuidem dela. Ela só quer olhar o mundo em volta e ir na direção que seus passos a levam. Suas mãos sabem o que deve segurar. Ela tem paz porque não é do país da dúvida. Ela é alguma coisa muito cerne, muito essência, muito semente de mim.

Agora eu desejo que ela viva comigo porque eu a sinto quando meus gestos são livres, ou quando minha interação é franca. Se ela pode viver em mim, posso viver desenvolta no mundo em que nasci para viver.

O título é trecho da música Ela, de Gilberto Gil

Foto: Ligia Vargas


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Jany

Escritora e Focalizadora de Dança Circular no UlaBiná.

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