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Paia...Assada

O caipira do cachimbo Lá ia o trem da Mogiana na estrada afora, soltando aquela fumaceira e faísca

20/04/2006



Lá ia o trem da Mogiana na estrada afora, soltando aquela fumaceira e faísca. A véia Maria Fumaça. Vinha lá das Minas Gerais, precisamente de Uberlândia, rumo à capital de São Paulo, passando pela minha terrinha – lá venho eu com São Joaquim da Barra de novo. Mas o que se vai fazer? Eu nasci lá mesmo, ué. E o trem passava por lá mesmo também. Como é então que eu ia contá esse causo sem citar o meu lugar?
Então, lá vai o causo daquele caboclo que viajava bem refestelado no vagão de segunda classe da saudosa Mogiana. E o dito cujo traçava um cachimbão que empesteava o vagão inteiro de fumaça fedorenta. Quer dizer... era fumaça lá fora, junto com as faíscas do carvão da locomotiva, e fumaça do cachimbo do caboclo lá dentro.
Entre os infelizes passageiros que eram obrigados a engolir aquele fedor, estavam duas colegiais regateiras que só vendo. E elas tinha um lindo luluzinho branco, com uma coleirinha vermelha que era uma gracinha de cão.
De repente, aquele caipira, do cachimbo, resolve ir ao mictório do vagão, pra dar uma desapertadinha na bexiga. O nosso bom cachimbeiro deixa o cachimbo no aparador de sua janela e se encaminha para o mictório.
Ah... brilhante idéia teve uma das colegiais regateiras e alegres. E foi o que de comum acordo fizeram. Exatamente o que o leitor está pensando: passaram a mão naquele cachimbo fedorento e zássss. Apincharam o mesmo pela janela com o trem correndo que só vendo.
O caipira volta da sua mijadinha e começa a procurar seu querido cachimbo. Apalpa daqui, procura dali e nada. Se acomoda conformado e segue sua viagem, agora sem pitar, o que para ele devia ser um grande sofrimento.
As regateiras, donas da tal arte de jogar o cachimbo fora, caem na gargalhada e fuxico sobre o fato. Eis que as duas meninas têm a idéia de andar passeando por outros vagões. E esquecem de levar o tal cãozinho lulu branco de coleirinha vermelha.
Assim que as duas se afastam, o caipira, sem cerimônia, pega o dito cujo, abre sua janela e, com o trem em movimento, despacha o animalzinho.
Lá vem então as duas mocinhas voltando e começam a chamar o lulu pelo nome.
REGATEIRAS – Nenê! Nenê! Onde você se meteu?
E começam preocupadas a perguntar aos passageiros se viram o Nenê.
REGATEIRAS – A senhora não viu o meu Nenê? É um luluzinho. O senhor aí, não viu o meu cãozinho de estimação?
CAIPIRA (falando calmamente) – Por um acauso é um cachorrinho piquititinho, branquinho, com uma coleirinha vermelhinha no pescocinho?
REGATEIRAS (eufóricas) – É... é esse mesmo. O senhor viu o luluzinho? Onde ele está?
CAIPIRA (calmo) – Ele foi precurá o meu cachimbinho, dona!


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Rolando Boldrin

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Conta causos fazendo a gente saborear o modo gostoso de uma boa prosa.

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