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Paia...Assada

O Boticário da minha terra Eu tenho muita saudade de um boticário da minha terra

09/09/2005



Eu tenho muita saudade de um boticário da minha terra. Pra quem não sabe, boticário era o nome que se dava antigamente para o farmacêutico. E esse que eu falo chamava Riolando e era um grande contador de adedotas. Aliás, a esposa dele foi minha professor de Grupo escolar e quando a gente fazia estrepolia na classe ela aplicava um corretivo com a mão fechada na cabeça da gente que era um deus nos acuda de doido. Era um tal de cóqui.
Bem, mas eu to falando do Riolando porque hoje vou contar um causinho que, segundo o dito cujo, aconteceu com ele mesmo.
Foi assim: o Nakano, um japonezinho sitiante, foi um certo dia à farmácia do nosso querido boticário. Sabe pra quê? Olha só: como o Riolando era muito humano e bom entendendor de males da saúde dos conterrâneos, o Nakano achou de procura-lo com um problema num burro lá dele. A primeira conversa entre os dois foi mais ou menos assim:
NAKANO – Sinhoro Riolando? Burro de Nakano tá com pobrema que não ha meio de curá. Deu um bicheira no rabo dele, né, já passei criolina não diantô. Passei querosene tomém não diantô. Passei arco, mêma coisa. Os bicho da bichera num qué ir embora de jeito nenhum. O que é que eu faço, sinhoro Riolando?
RIOLANDO – Ora sêo Nakano. Isso não é nada. Eu tenho aqui na farmácia um pozinho que eu mesmo preparo, que é tiro e queda em bicheira de rabo de burro.
Riolando vai apanhar o tal pozinho e volta pra ensinar como se aplica.
RIOLANDO – O senhor põe numa colher das de sopa um punhado desse pó. Pede para sua mulher levantar o rabo do seu burro e aproxima bem pertinho da bicheira, que é no rabo e assopra. O pozinho assenta ali e daqui uns três dias os bichos vão caindo tudo e morrendo. O senhor vai ver.
Nakano vai para casa e só reaparece no dia seguinte com os olhos inchados e vermelhos. Segura um lenço e está muito sem graça.
RIOLANDO – Ora sêo Nakano! Oque houve com os seus olhos? Foi terçol?
NAKANO – Não, sinhoro. Num foi treçoro não.
RIOLANDO – Algum cisco de poeira?
NAKANO – Tomem num é cisco não sinhoro.
RIOLANDO (já impaciente) – Me conta logo. O que aconteceu com seus olhos?
NAKANO – O sinhoro mando eu ponhá uma corerada de pó, né? Depois o sinhoro mandô muiéro meu levantá o rabo do burro. Aí o sinhoro mandô eu chegá bem perto e assoprá o pozinho no rabo do meu burro, né?
RIOLANDO – Então? O senhor fez isso?
NAKANO – Quando eu fui assoprá, o burro assoprô primero.


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Rolando Boldrin

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