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Paia...Assada

Ara, que susto danado! Um caminhão velho, desses de carregá tranquera nas fazendas e trabalhadores de roça, foi encarregado de buscar no comércio (cidade) um caixão de defunto para ser usado por um dito cujo que tinha falecido lá praquelas redondezas da minha querida ( de novo) São Joaquim

23/03/2006



Um caminhão velho, desses de carregá tranquera nas fazendas e trabalhadores de roça, foi encarregado de buscar no comércio (cidade) um caixão de defunto para ser usado por um dito cujo que tinha falecido lá praquelas redondezas da minha querida ( de novo) São Joaquim.
Lá vinha o caminhão pelas estradas empoeiradas da tal fazenda do falecido, levando em cima da carroceria um caixão de defunto, sem nada dentro (é claro, pois o dito defunto morto ainda tava quente lá na casa de moradia dele).
Eis que, ao passar por um capiau que caminhava na mesma direção, o motorista do dito cujo é interpelado na tentativa do referido capiau cavar com isso uma bêra, que é como lá praquelas bandas se fala quando alguém quer uma carona. O capiau queria evitar umas boas léguas de caminhada a pé.
CAPIAU (para o motorista) – Oh, moço! Será que o sinhô pode me dar uma bêra até o Lageado?
MOTORISTA – Pode trepá lá em cima, coió. E óia: lá na carroceria tem um caixão de defunto, mas o sinhô não se preocupe porque tá vazio. Tô levando ele pra servir prum morto que morreu essa madrugada.
CAPIAU (trepando) – Brigado, moço.
O capiau sobe na carroceria e o caminhão segue caminho. De repente, começa a chuviscar uma chuvinha boa de molhar milharal e outras roças de lá. O tar capiau tinha tomado remédio quente e, portanto, não poderia levar aquele chuvisqueiro na cachola. O que foi que ele fez? Abriu a tampa do caixão de defunto vazio e se agasalhou dentro lá dele, de um jeito até que bem gostoso. Fechou o caixão com a tampa, sem medo de nada, pois se tratava de um caso extremado de cuidado.
Acontece que, conforme o caminhão passava na estrada, outros capiaus que iam a pé também pediam bêra, chegando mesmo a formar uns 20 e tantos capiau em riba daquele caminhão. E a chuva engrossando.
De vez em quando, um daqueles capiaus olhava para o outro e comentava, olhando para o caixão: ``Coitado desse aí, heim? Foi pra mió, né?´´ Os capiaus achavam naturalmente que ali tinha um defunto fresco, pois o motorista ia sempre avisando: ``Óia. Pode subi, mas num liga praquele lá de riba, não´´
Eis que, de repente, a chuva dá uma parada boa, arreganhando até um tiquinho de sol. Foi nessa hora, dessa estiada que falo, que o capiau que ia dentro do tal caixão de defunto abre num impacto a tampa e, sentando-se num gesto brusco, pergunta a todos:
CAPIAU (dentro do caixão) – Cumé, moçada? Já parô de chuvê no mundo?
Nem é preciso dizer o que aconteceu. Foi capiau pra tudo quanto era lado, com o caminhão em movimento.


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