02/02/2006
De acordo com estudos recentes perpetrados por algum órgão do Estado, 30% da frota de veículos da grande São Paulo está rodando sem licenciamento e, conseqüentemente, sem pagar as abusivas multas e os abusivos IPVAs.
Entende-se que ao não nos proporcionar transporte público decente (ônibus e lotação não o são), sistema viário inteligente, opções de transporte e taxação adequados, o Estado nos obriga a utilizar carros (para a alegria da indústria automobilística); mas ao nos taxar de forma vil, canalha e desonesta (e isso vale para todas as outras despesas públicas, mesmo quando privatizadas), em um determinado momento nos obriga também a não pagar tais taxas, em primeiro lugar por não ganharmos mais o suficiente para tanto e em segundo lugar porque isso não retorna em forma de benefícios para nós, cidadãos. E já se vão muitos anos e só fazem aumentar a extorsão e o descalabro.
De acordo com esse mesmo estudo, existe uma nova técnica para passar pedágios sem pagar e consiste em colar no carro que vai passar na faixa do Sem Parar. Possivelmente movidos pelo mesmo problema. O IPVA foi criado exatamente para a manutenção e a construção de vias e estradas. Portanto, os pedágios representam uma bitributação, e além do mais são privatizados. Claramente um absurdo sem fim.
Minha conta de luz tem um dos KWAs mais caros do planeta e, em cima desse roubo legalizado, ainda me cobram 28% de ICMS. E por aí vai: uma enorme lista de impostos e taxações que fazem uma enorme máquina, pesada, maléfica, continuar a caminhar.
É admirável que um pequeno empresário comece um novo negócio, como sempre baseado no entusiasmo e na perseverança. Se fizer a conta na ponta do lápis, perceberia que se ele funcionar absolutamente dentro das estúpidas leis tributárias e contábeis, não só não fará dinheiro nenhum, como todo mês colocará mais dinheiro até quebrar. Se for um daqueles malabaristas, espertíssimos, cheios de truques e conseguir sonegar, conseguirá ganhar algum dinheiro. Isso vale para a quase totalidade das atividades de comércio, oficinas e pequenas indústrias.
Quando vejo o governo se gabar de que a desigualdade diminuiu em nosso país, concordo. Os pobres continuam pobres e aqueles que tinham um pouco deixaram de tê-lo.
Soluções já foram dadas por centenas de estudiosos e cientistas, mas nunca se implementou nada.
Polícia para quem precisa de polícia ― Nunca esta música soou tão bem…