08/12/2005
Milão sob a neve é belíssima, assim como outros lugares, quando isso ocorre. É claro que depois de algum tempo e fazendo as coisas do dia-a-dia, cansa e se transforma em um transtorno, mas a primeira impressão é sempre linda.
Chego aqui vindo de Lyon. Faz frio, mas encontro vários amigos que calorosamente transformam em evento minha passagem, o que me entusiasma. Fico um dia e parto para Macerata. Localizada na Itália central, esta belíssima cidade medieval no alto de uma colina mais uma vez nos transporta no tempo, com suas ruas estreitas, edifícios, ladeiras, escavações e praças.
Colegas artistas me recebem e me hospedam. No dia seguinte, vou ao local da exposição, um antigo forno medieval totalmente restaurado e adaptado para exposições, com todos os recursos de uma moderna galeria. Somos cinco artistas expondo e posso dizer que foi uma maravilha. Casa absolutamente cheia por horas a fio, o que muito me alegra e satisfaz.
Como sempre, após o fim dos trabalhos, um grande grupo se reúne em uma locanda local, com pratos, massas e vinhos típicos da região. Comemoramos mais uma vez a amizade e esta nova rede internacional de artistas que começa a se formar e na qual “solidariedade” é a palavra de ordem.
Acabo ficando três dias em Macerata e Tolentino, uma cidade vizinha, que possui a segunda universidade mais antiga do planeta. Visito artistas locais e seus estúdios, museus e paisagens saídos de livros de história.
Como sempre, me surpreende o nível de cultura e intelectualidade das pessoas e imagino que se tivéssemos isso em nosso país, aliado às nossas belezas, riquezas e jeito de ser, seríamos imbatíveis.
De volta a Milão, me preparo para partir de volta para a França, onde começo a viagem de volta ao Brasil via EUA. Ainda tenho alguns dias, mas, como sempre, saudades várias me afligem. Mas estou feliz com meus resultados em mais essa passagem por aqui.