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Mudança de planos e vitória contra o preconceito De volta para casa, começou uma nova fase na minha vida

02/02/2006



De volta para casa, começou uma nova fase na minha vida. Eu estava com 20 anos. A viagem para a Europa foi importante para eu observar que a profissão de professor de tênis no exterior era extremamente interessante.
Rendia um bom dinheiro, dava reconhecimento e status. No Brasil, essa ainda não era uma profissão reconhecida. Quem exercia essa função eram os rebatedores e pegadores de bola.
Eu estava diante de um dilema: ou ia para a faculdade ou então me arriscava nessa profissão de professor de tênis. Era a única maneira de conciliar a carteira da escola com as quadras de tênis. Para a época, era inconcebível interromper os estudos para jogar tênis. A faculdade era o caminho natural para qualquer pessoa de classe média.
Outra opção que existia era aproveitar a bolsa de estudo para defender uma faculdade norte-americana. Foi a alternativa escolhida por Rasgado, Kirmayr, Goffi, Ricardo Bernd, Alcides Procópio Jr., além de muitos outros. Fiz alguns contatos e consegui uma bolsa de estudo na Louisiana State University.
Estava tudo acertado...
Naquela época eu fazia um treinamento com o Aírton Cunha, que era jogador da equipe brasileira da Copa Davis em companhia de Thomaz Koch, Edison Mandarino e Ivo Ribeiro. Aírton trabalhava no banco dirigido pelo também tenista Jairo Loureiro. Ele era obrigado a cumprir sua jornada de trabalho, antes de ir para as quadras se preparar para a competição. Eu era uma das poucas pessoas com quem o Aírton podia treinar em São Paulo. Koch e Mandarino eram do Rio Grande do Sul e o Ivo Ribeiro, do Paraná. Restavam poucas alternativas para a sua preparação.
Na manhã da véspera do dia de meu embarque para os Estados Unidos, fui para o treinamento com o Aírton. Era bem cedinho, 6h30 da manhã, para dar tempo que ele deixasse a quadra e fosse para o banco. Havia chovido bastante na noite anterior e a quadra estava bastante pesada. Eu estava com o corpo ainda frio e me estiquei todo para salvar uma bola. Resultado: rompi todos os ligamentos do tornozelo direito.
Eu não acreditava... Como aquilo poderia estar acontecendo comigo?
Não teve outro jeito. Perdi a oportunidade de estudar e jogar nos Estados Unidos. Telefonei para o técnico Bob Hope, expliquei e ele me deu a esperança de embarcar seis meses depois.
Desencanei dos Estados Unidos... Foi um balde de água fria nos meus planos! Fiquei dois meses sem poder jogar. Quarenta dias de gesso, mais 20 dias de fisioterapia. Foi então que precisei tomar uma decisão para não deixar de jogar tênis. Teria de fazer uma faculdade no Brasil e para não depender de mesada de meu pai, com 20 anos de idade, precisaria ganhar dinheiro. A alternativa mais viável, pelo meu relacionamento, era dar aula de tênis no clube A Hebraica durante o dia e estudar à noite.
Algumas pessoas de classe média também estavam iniciando nessa profissão, casualmente, lá mesmo no A Hebraica. O Paulo Ferreira e seu irmão, Marco Ferreira, e o saudoso Yerwant Kassabian eram alguns exemplos.
O diretor de tênis do A Hebraica, na época, que era um dos melhores amigos de meus pais, foi radicalmente contra essa minha decisão. Ele não admitia me aceitar, como sócio do clube, com o currículo tenístico que eu tinha e, principalmente, sendo filho de amigos dele, vir a ser um professor de tênis.
Resumindo: discriminação. Professor de tênis ainda era encarado como profissão para rebatedor, para pegador de bola, não era função para quem sonhava com um futuro promissor. Foram brigas homéricas com relação ao assunto.
Mas meus pais estiveram 100% ao meu lado.
O presidente do clube era o Marcos Arbaitman, que gostava de tênis, sempre me ajudava e assistia aos meus jogos. Ele determinou ao diretor de tênis que eu seria professor no clube. Eu ganhei a oportunidade e, conseqüentemente, a amizade de meus pais com o tal diretor terminou ali.
Foi uma revolução no clube. As pessoas tinham a oportunidade de fazer aulas com um professor do mesmo nível social, com uma bagagem internacional de torneios e classificado entre os melhores jogadores do país. Por tudo isso, eu podia cobrar um preço diferenciado. Eu, Eugênio Lobato, Yerwant Kassabian, Roberto Marcher, Otávio Piva e Paulo Cleto fizemos a revolução na classe chamada professor de tênis no Brasil. Nós rompemos um preconceito.
Assim foi meu começo como professor de tênis. Eu dava aulas de manhã no clube, na hora do almoço eu dava aulas numa casa familiar, treinava à tarde e jogava os poucos torneios que existiam à noite. Fiz isso por quase dois anos, até meus 21 anos. Eu guardava dinheiro e ainda aproveitava os meses de junho e julho para disputar torneios no verão europeu. Esse era o processo para ganhar dinheiro, treinar, fazer faculdade e competir.
Da minha fase inicial como professor, José Mauro Wasserfirer foi um dos alunos que começou comigo e ganhou projeção. Ele acabou se transformando, mais tarde, num dos melhores juvenis brasileiros ao lado de Fernando Roese, José Amin Daher e Carlos Chabalgoity, o Chapecó.
Conheci a Sonia em 1971. Ela era sócia do A Hebraica, tinha 16 anos e eu 19, quando começamos a namorar. Três anos depois nos casamos. A Tatiana nasceu em outubro de 1974.
Eu sonhava com o tênis competitivo, onde eu provavelmente teria condições de vir a obter resultados no circuito profissional da ATP, que estava começando a ser montado e planejado com boas premiações em dinheiro.
A geração de Thomaz Koch, Carlos Alberto Kirmayr, João Soares, Roger Guedes, Lelezinho Fernandes, Fernando Gentil, Luís Felipe Tavares, da qual eu pertencia, pôde desfrutar do início da fase organizada do tênis mundial.
Eu estava nesse mesmo nível tenístico, mas sabia que com a união e filho, teria de desistir de vez daquele sonho...
Era hora de pensar na família, no futuro e tive de tomar nova decisão.
Estava certo de que esse era o foco onde eu ia colocar 100% da minha energia e das minhas atenções.
Eu estava no segundo ano de faculdade de Administração de Empresas, na Dom Pedro II, comprada depois pela São Judas, na Mooca. Eu me transferi para a Paulo Eiró, em Santo Amaro, onde concluí o curso. Escolhi Administração de Empresas em primeiro lugar, porque, na época, não era 100% seguro que eu iria sobreviver para o resto da minha vida do tênis. Não sabia até onde aquele esporte poderia me levar. Em segundo lugar, porque, o curso de Administração de Empresas poderia me ser útil no futuro.
Como o tênis estava mesmo no meu sangue e comecei a perceber que poderia transformar aquele esporte em negócio, era muito mais adequado eu fazer uma faculdade de Administração de Empresas do que a de Educação Física.Vislumbrei possibilidades de academia, promoções e eventos.
Mas tudo ainda era abstrato na minha cabeça.
Com o casamento, fomos morar na rua Texas, no Brooklin, zona sul de São Paulo. Era um sobradinho pequeno, alugado. Foi muito importante a ajuda que recebemos dos pais da Sonia, que pagavam o nosso aluguel. Para economizarmos, jantávamos três ou quatro vezes por semana na casa dos meus pais, que moram até hoje na região de Santo Amaro. Tudo o que ganhávamos, guardávamos. A vantagem era que a Sonia sempre foi uma pessoa mais econômica do que eu. Foi um “treinamento especial” para a minha futura vida empresarial.
Depois de algum tempo, constatei que alguns desses meus colegas que não conseguiram sucesso no circuito de tênis ficaram em larga desvantagem em relação à minha situação profissional. Outra vantagem foi a maturidade que ganhei com a nova vida. Esse foi o grande lado positivo que aconteceu para mim ao seguir um outro caminho diferente daquele que imaginei como jogador. Talvez até pudesse ter me transformado no 50º melhor tenista do mundo, mas e daí? Tudo o que construí em função do casamento, que ocorreu de uma forma não-planejada, foi o melhor que poderia ter acontecido..


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