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Maneco, um técnico especial Os entendidos diziam que o melhor tenista brasileiro da época chamavase Maneco Fernandes

17/11/2005



Os entendidos diziam que o melhor tenista brasileiro da época chamavase Maneco Fernandes. Não o vi jogar. Antes de ir para o clube Pinheiros, meus pais, com sacrifício, me deram boas escolas, além da possibilidade de estudar outra língua (o alemão).
Eles me colocaram para treinar uma vez por semana com o Maneco Fernandes na quadra coberta do Estádio Municipal do Pacaembu. Era entre 1963 e 1965. O Maneco tinha um acordo com a Prefeitura de São Paulo para dar aula naquela quadra e a fila de espera era gigantesca. Melhor do país, o Maneco era muito requisitado. Ele havia me visto jogar um torneio, aos 11 anos. Meus pais conversaram com ele, que se dispôs a me dar aula às 5h30 da manhã. Suas aulas começavam às 6 horas, mas ele abriu exceção para atender ao meu caso.
Eu acordava às 4h15, saía da minha casa, perto do Aeroporto de Congonhas, pegava três ônibus para ter meia hora de tênis por semana com o Maneco.
O treino terminava às 6 horas. Eu tomava um banho lá mesmo, nos vestiários do Pacaembu, pegava um ônibus e ia para a escola. Fiz todo esse sacrifício durante mais de um ano. Estudei do pré-primário até a 2ª série ginasial no colégio Benjamin Constant, uma escola alemã muito rígida. Depois, comecei a jogar melhor e fui para a pior escola que existia em São Paulo, que se chamava
Oxford. Era a escola dos tenistas, dos nadadores, dos esportistas em geral, aceitava todo mundo, mesmo os reprovados e os que tinham sido expulsos de outros colégios. Essa escola teve suas portas fechadas devido à intervenção do MEC. Todo mundo perdeu aquele ano de 1965. Fui para o Costa Manso, considerado ao lado do Caetano de Campos e Alberto Levi, os melhores colégios
de São Paulo. Fiquei lá até o 2º colegial. Para ganhar tempo, fiz o exame de Madureza e concluí o colegial para poder viajar pelo tênis.
A aula com o Maneco era uma realização...
O método de ensino tinha características tradicionais. A técnica era a seguinte:
para bater direita, a perna esquerda na frente; para bater a esquerda, a perna direita na frente. Golpes com duas mãos não existiam. Você podia ter a melhor esquerda do mundo com as duas mãos, mas quando chegava nas aulas o professor mandava mudar. Era considerada uma maneira errada de golpear a bola. O saque era feito com a “tesoura” nas pernas. Na execução do golpe, a perna de trás deveria cruzar com a da frente. Só existia a batida de esquerda em slice. Como quase todas as quadras eram de saibro e a bola não “andava”, não havia necessidade de se fazer força. Usava-se muitas curtinhas e o lobs. A estratégia do jogo, em poucas palavras, era essa.
A empunhadura que se usava era só a continental para todos os golpes.
Alongamento não passava pela cabeça de ninguém. Era uma aula muito interessante:
o professor tinha seis bolinhas e um pegador. As aulas de tênis foram ministradas dessa maneira por muito tempo, até meados de 1970. Em meia hora de aula, batia-se pouquíssimas vezes na bola.
As bolinhas de tênis já eram produzidas no Brasil. A Mercur foi a pioneira no país nesse mercado. Como as quadras eram de saibro e o jogo muito lento, as bolas duravam muito tempo. A Mercur, que é uma fábrica de borracha, só tinha o trabalho de importar o feltro. Elas eram vendidas em caixas de papelão, parecidas com as de sapato. Vinham seis bolas e eram da cor branca. Nossas bolas não deviam nada às estrangeiras. O problema é que custavam muito caro.
Só existiam raquetes de madeira, que pesavam mais de quatrocentos gramas.
Naquela época, algumas raquetes seguravam-se direto no cabo de madeira, não existia uma proteção para tornar a empunhadura mais confortável.
Existiam raquetes importadas e as marcas que predominavam no mercado brasileiro eram a Dunlop, Wilson, Slazenger e Spalding. Produziam-se, de uma forma bastante artesanal, por aqui, as raquetes da família Procópio. Foi o início
da indústria das raquetes de tênis no país.
As cordas no Brasil, em sua grande maioria, eram de náilon. Para se fazer o encordoamento, as raquetes eram presas numa morsa. O encordoador esticava na mão, corda por corda, usando uma espécie de chave de fenda nos furinhos por onde passam as cordas.
Apesar de toda a minha dedicação ao tênis como jogador, mesmo numa época em que só existia raquete de madeira, nunca sofri uma contusão grave.
Só fui sentir os reflexos de equipamentos ruins em 1990, quando fui submetido à cirurgia no cotovelo e, depois de dois meses, precisei de nova operação no mesmo local.
Da primeira cirurgia eu tive uma recuperação mais lenta e sofrida. Com aquelas raquetes pesadas, criava-se uma hipertrofia muscular no antebraço que mais tarde causava uma compressão nos nervos e tendões. A cirurgia que fiz foi para transferir o tendão para um outro lado, para acabar com a inflamação.
Sessenta dias depois e a dor continuava forte. O médico, doutor Ronaldo Azze, um dos maiores especialistas em nosso país de mão e braço, precisou limpar e raspar parte do osso para tratar uma epicondilite crônica. Acreditou-se que, com a primeira cirurgia, esse problema seria resolvido, mas não foi o que aconteceu.
Esses problemas que tive podem até ser considerados insignificantes se levado em consideração as condições para a prática do esporte na minha época de jogador. As raquetes eram pesadas, não existia medicina esportiva, alongamento era uma palavra desconhecida. Diante de todas essas circunstâncias, posso afirmar que tive uma vida esportiva amplamente saudável.
Como tenista juvenil, e depois também na minha fase profissional, sempre tive como ídolo o Thomaz Koch. Quando garoto, joguei contra os melhores da época, como o Edison Mandarino, Lelé Fernandes, Arnaldo Moreira, Jorge Paulo Lehman, Carlos Alberto Kirmayr, Aírton Cunha, Eulício Silva e Fernando Gentil, entre outros.
O Arnaldo “Anão” Moreira era o que mais utilizava a técnica das curtinhas e lobs, característica de um jogo extremamente lento. Ele ganhava a maioria dos jogos no cansaço dos adversários. Ensinava-se isso na época.
A beleza do jogo para o público era maior... As partidas eram mais emocionantes, pois o que se via eram jogadas pensadas, existia variedade... Era quase impossível fazer ponto através de winner, batendo na bola com raquete de madeira, com encordoamento ruim e em quadra de saibro. Por
isso que o esporte era chamado de tênis-arte, mais criativo, estratégico.
Hoje é mais físico, mais força.


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