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Copa Davis, um atraso para o tênis mundial Enquanto treinei o Fernando Meligeni, fui especulado várias vezes para ser o técnico da equipe brasileira da Copa Davis

05/01/2006



Enquanto treinei o Fernando Meligeni, fui especulado várias vezes para ser o técnico da equipe brasileira da Copa Davis. Sempre fui muito fiel sobre o que eu penso sobre esse cargo. Tem de ser uma pessoa que conheça muito bem o circuito profissional, que tenha tido experiência como jogador de tênis e, principalmente, não pode ter vínculo direto com nenhum possível tensta dessa equipe.
Para a Copa Davis, a CBT deveria manter um técnico especificamente para o cargo. A entidade daria um respaldo para que essa pessoa acompanhasse de um número considerável de torneios no circuito profissional.
Se eu fosse um técnico de Copa Davis hoje, eu deveria ir, por conta da CBT, para 10 ou 12 torneios da ATP por ano. Estaria acompanhando jogadores brasileiros, convivendo com o grupo, avaliando possíveis adversários, vivenciando o que interessa a alguém com essa função. É o que faz, por sinal, a maioria dos países desenvolvidos no tênis.
O Fernando Meligeni seria, hoje, na minha opinião, a pessoa mais indicada para ser o técnico da equipe brasileira da Copa Davis. Sabe tudo de tênis, acabou de deixar o circuito profissional, conhece todo mundo, não é treinador de nenhum tenista profissional, tem carisma, tem respeito e, o principal para um time de Copa Davis, faz o público jogar junto com o time. Seria exatamente o que o Yannick Noah foi para a França por muito tempo.
Não gosto de ver um capitão da Davis sendo técnico de um jogador que se enquadre no perfil de titular da equipe. Essa ligação pode prejudicar o jogador devido ao técnico tentar ser o mais neutro possível, assim como pode defender apenas os interesses de seu atleta. Em qualquer situação, os dois ficariam em situação delicada.

Técnico de Copa Davis, na minha opinião, é um administrador de egos e vaidades.
No mesmo país, por mais que eles apareçam abraçados, sorrindo, dando a idéia de equipe, todos os jogadores e treinadores são adversários.
No fundo, a rivalidade, o ciúme, a inveja é enorme.
Em 1994, o Nelson Nastás, então presidente da Confederação Brasileira de Tênis, ficou numa situação muito delicada. O Meligeni passou a ser o número 1 do país, treinado pelo Marcelo Meyer. O técnico da equipe era o Paulo Cleto. Jaime Oncins, Fernando Roese e Roberto Jábali completavam a equipe. O Luiz Mattar estava com o pulso contundido. O Meligeni não se sentia tão à vontade com o Paulo Cleto, até porque ele, Meligeni, participou de uma experiência difícil, quando foi para o confronto de Copa Davis na Bélgica com a equipe que tinha o Mattar, o Jaime e o Roese, todos treinados pelo Cleto.
No ano seguinte, contra o Peru, o Meligeni era o número 1 do Brasil e com o meu aval chegou ao Nastás, expondo a situação. Habilmente, Nastás criou o cargo de capitão para o Marcelo Meyer. Quem ficava na quadra durante os jogos era o Paulo Cleto, mas quem acompanhava a equipe durante o dia-a-dia era o Marcelo Meyer. Foi uma maneira encontrada para deixar o Meligeni mais confortável num momento em que ele mais precisava do técnico, justamente quando você defende seu país e representa 170 milhões de pessoas. Ainda tínhamos a vantagem que era o meu bom relacionamento com o Cleto.
Foi uma boa experiência, só que eu não quis prosseguir com esse cargo. Afinal, aquilo ia contra os meus princípios. Ainda prevalecia o conceito de que técnico ou capitão de Copa Davis deveria ser uma pessoa neutra. Mantive essa postura, muitas vezes até contra os meus interesses.

Sinceramente, considero o modelo de disputa da Copa Davis o maior atraso de vida para o desenvolvimento do tênis mundial.
1• Primeiro porque do jeito que é a forma de disputada, desrespeita o tenista. De quem será a responsabilidade no dia em que um jogador vier a falecer dentro de uma quadra de tênis em função das regras que essa competição permite? Um exemplo recente, de tantos os que já vi, é o que aconteceu no confronto Brasil x Paraguai, em Costa do Sauípe, em abril de 2004: a temperatura girava em torno de 40 graus centígrados, com jogos sendo disputados no saibro, em nível do mar, começando às 10 horas e terminando às 15 horas. É desumano jogar por cinco horas seguidas nessas circunstâncias. Isso é uma grande irresponsabilidade para com a saúde dos tenistas e para com a imagem do próprio jogo.
2• O tênis passou a ser um esporte completamente individual, onde a grande maioria dos jogadores está preocupada com seu ranking. Jogos de Copa Davis deveriam ser como a Copa do Mundo de futebol, a cada quatro anos, num país sede, com 16 ou 32 nações. Isso atrairia mídia e público bem maiores do que qualquer torneio do Grand Slam. O brasileiro, argentino, francês, norte-americano acompanharia o Australian Open ou iria para a Copa Davis em formato de Copa do Mundo do futebol, com várias estrelas reunidas numa grande disputa por equipe? Existiria um tempo de preparo em favor dos jogadores muito mais adequado do que no meio da temporada, quando eles precisarem sair do saibro para jogar em quadra de grama e vice-versa. O que se faz hoje é um corta-físico desumano para o atleta.
3• O regulamento da Copa Davis é muito confuso. No ano 2000, durante um curso para 150 professores profissionais de tênis, na Meyer Tennis, eu estava fazendo palestra e perguntei quem sabia me dizer quais eram os 16 países que compunham o Grupo Mundial – a chamada Primeira Divisão da Davis. Ninguém soube me responder. Se 150 especialistas do assunto não conseguiram responder isso, imagine o público. Que apelo pode ter a Copa Davis nessas circunstâncias. Isso sem falar nas divisões de acesso, zonais, repescagem...
Com o formato semelhante ao da Copa do Mundo de futebol, o apelo certamente seria muito maior. Para o Brasil, onde a cultura é muito mais de torcedor do que de apreciador do esporte, o envolvimento seria gigantesco.
Seria semelhante ao que ocorre durante os Jogos Olímpicos.
Quando acontecem as Olimpíadas, todas aquelas pessoas que nunca ouviram falar de iatismo, de ginástica olímpica, de atletismo, naquele momento ele estarão focados no tema. Com esse novo formato, a Copa Davis ganharia mais credibilidade e audiência não só no Brasil, mas no mundo inteiro. Atrairia também as principais estrelas do circuito profissional que, cansados, acabaram se afastando da competição.
Em vários congressos mundiais que participei, inclusive da USPTR, nos Estados Unidos, fiz essa sugestão, compartilhada por outros profissionais e especialistas de vários outros países. O problema é que os interesses financeiros da ITF estão acima dessa sugestão. Por conseqüência, quem perde é o mercado tenístico internacional. É triste constatar que os dirigentes do nosso tênis não se preocupam com o aumento de praticantes.
É com o aumento desses praticantes que vai se encher as academias, revelar novos talentos, atrair mais mídia e, conseqüentemente, mais empresas para investimentos.
Em 1985, num jogo entre Brasil e Argentina pela decisão da zona americana, nossos adversários tinham um time com Guillermo Vilas e Jose Luis-Clerc, ambos top 10, e a equipe nacional era formada por Thomaz Koch e Carlos Alberto Kirmayr em ótima fase. O confronto decisivo da Copa Davis, nas quadras do Esporte Clube Sírio, em São Paulo, já era disputado com as regras atuais, mas ainda sob caráter completamente amador. Três dias antes dos jogos, eu recebi o convite, por telefone, da CBT, para ser o juiz de cadeira. Outro convidado foi Antônio Torello, que havia sido um bom jogador juvenil e sabia falar outra língua.
O que me surpreende é que 20 anos se passaram e a Copa Davis continua sem grandes mudanças. Existe um quadro de juízes preparados e à disposição dos torneios da ITF, ATP e WTA, mas a competição não acompanhou a evolução do esporte, do marketing esportivo e do próprio jogo de tênis.
Eu nunca sentei no cockpit de um carro de Fórmula 1, nunca corri prova nenhuma de automobilismo, mas ligo a televisão e sei exatamente o que está acontecendo. Quem está na frente e quem está atrás na prova e no campeonato, quais são as escuderias mais fortes e mais fracas, quem fez a pole-position, a volta mais rápida, a pontuação por equipe e tudo o mais.
Também nunca joguei basquete, mas pego o exemplo da NBA e sem ser um expert na modalidade sei o que está acontecendo. O time que está jogando bem na temporada está lutando pelo título e ponto final.
Agora como é que você vai explicar que o Guga, que foi campeão de um torneio no domingo, aparece na segunda-feira perdendo cinco posições no ranking mundial? Se as pessoas que estão no tênis não conseguem explicar as regras, não entendem como funciona a classificação, como é que você quer interação com o público externo à modalidade?
O Andre Agassi ficou, certa vez, dois meses e meio sem jogar devido a uma contusão e ainda assim manteve-se como número 1 do mundo. É a mesma coisa que pegar o Campeonato Paulista, afastar o Corinthians por dois meses e meio e este time seguir ocupando o primeiro lugar na tabela de classificação.

A ATP até quis copiar a Fórmula 1, mas acabou complicando ainda mais as regras do tênis. O ranking de entradas já era (e continua sendo complicado), quando inventaram de fazer a Corrida dos Campeões.
As entidades que comandam o tênis no mundo – ITF, ATP e WTA – não enxergam que todos os outros esportes estão evoluindo assustadoramente e que o tênis, que já teve 25 milhões de praticantes e perdeu ¾ desse número nos Estados Unidos, precisa de mudanças.
Há muitos anos, a ATP está acabando com a saúde dos tenistas. A quantidade de torneios que os jogadores são obrigados a disputar é muito grande.
O calendário não pára. Claro, o atleta pode se preservar e não competir em todos os eventos. Mas os adversários estão jogando e quem pára deixa de ganhar aqueles pontos. A conseqüência disso é o que se vê nos eventos uma grande quantidade de desistências logo nas primeiras rodadas e o estado físico deplorável com que eles conseguem chegar nas finais.
Em todas as modalidades há começo, meio e fim. No tênis, não tem começo, nem fim... São torneios durante todos os meses do ano.


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