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Capítulo XV - Nova oportunidade Eu ainda tinha a Meyer Tênis no Brooklin e o Wilton Carvalho, o Batata, era professor na Sociedade Harmonia de Tênis

09/08/2005



Eu ainda tinha a Meyer Tênis no Brooklin e o Wilton Carvalho, o Batata, era professor na Sociedade Harmonia de Tênis. A gente se conhecia desde crianças, mas nossos primeiros contatos profissionais começaram no A Hebraica, onde dávamos aulas de tênis.
Ele casou-se com a Suzana Procópio, filha de Alcides Procópio, na época em que o Alcides ainda tinha lojas de produtos de tênis e fábrica de raquetes.
Quando o Wilton voltou a se dedicar às aulas de tênis, passou a coordenar um grande grupo de crianças na Sociedade Harmonia. Foi o início da nossa parceria para as clínicas. Nessas viagens falávamos do sonho de expansão, de ter uma academia maior, falávamos da idéia de criarmos um centro de treinamento. Surgiu uma oportunidade de locação de um espaço no bairro do Morumbi, zona sul de São Paulo. Eu e o Wilton nos interessamos pela área, montamos uma sociedade e fundamos ali, na rua Domingos da Rocha, a Meyer/Wilton Tênis.
Ficamos juntos de 1984 a 1989. Foi realizada ali uma série de eventos bem sucedidos, como clínicas, torneios, excursões para o exterior, aulas.
Como é normal em qualquer sociedade, chegou um momento em que a relação começou a ficar desgastada. Não houve briga. Ele tinha seus interesses e o meu objetivo principal era desenvolver o Odair dos Santos e o Marcelo Saliola.
Algo também me assustava. Durante a sociedade com o Wilton, toda semana um prédio novo era construído naquela região do Morumbi. Existia o lado positivo, que era a possível presença de novos clientes, e o negativo, que era a constante ameaça de perdemos o ponto numa região que se valorizava a cada minuto.
Minha proposta era comprarmos um terreno em um lugar mais afastado.
Naquela região do Morumbi, eu acreditava que tudo iria se transformar em prédio em pouco tempo.
Mas esse não era o principal motivo da separação. Eu sempre quis fazer pelo tênis uma coisa que eu gostaria que alguém tivesse feito por mim.
Tenho certeza de que se na minha época de juvenil eu tivesse tido um técnico para me orientar, treinar, explicar o caminho para jogar o circuito, se eu tivesse alguém para me dar todo esse tipo de suporte teria jogado bem tênis.
Não sei até onde poderia chegar, mas tenho convicção de que eu teria sido um bom jogador.
Carreguei comigo essa carência por todo o tempo. E o que eu mais queria, nessa época de rompimento com o Wilton, era ser esse suporte para os jogadores. Foi em função de tudo isso que nasceram Odair Santos, Marcelo Saliola, Andréa Vieira e Fernando Meligeni. Eu queria provar para mim mesmo que eu poderia fazer para alguém o que eu gostaria que tivessem feito por mim.
Como eu queria desenvolver os jogadores e o Wilton planejava se dedicar exclusivamente à academia, decidirmos encerrar a sociedade.
Foi uma aposta que fiz, sabendo que financeiramente era um risco enorme.
Eu estava largando uma empresa extremamente rentável, sólida, segura para investir numa incógnita. Será que esses dois meninos (Odair e Saliola) vão vingar no circuito profissional? O que me dava respaldo financeiro para apostar nesse projeto eram os patrocínios da Rainha e Casas Pernambucanas, que sempre foram muito fiéis ao desenvolvimento desses jogadores, desde o início de suas carreiras.
Precisava, então, de quadras rápidas e de saibro, de piscina, fisioterapia, de toda a infraestrutura para continuar o treinamento. Levei o projeto ao Marcos Arbaitman, então presidente do A Hebraica, que me abriu todas as portas do clube. Outra academia que serviu como base para nossos treinamentos e que também foi "engolida" pela especulação imobiliária foi a Top Tennis. Fábio e Júlio Pontes eram sócios da Top Tennis, um centro com quadras cobertas e descobertas que ficavam à nossa disposição a qualquer dia, qualquer hora.
Depois de um ano, um amigo, professor de tênis, Reinaldo Delgado veio me propor uma parceria na Play Tennis, localizada atrás do Novotel Morumbi, que hoje já não existe mais. Fechamos negócio e o projeto ganhou o nome Play Tennis Programa Marcelo Meyer.
Eu tinha, nesse ano de 1991, as duas principais promessas do tênis brasileiro e o Cássio Motta que estava praticamente encerrando a carreira. Era a oportunidade rara para o Odair e o Saliola estar no dia a dia com um profissional bastante experiente. Coincidência ou não, o melhor resultado da carreira do Cássio foi nesse período. Ele estava com 30 anos de idade, quando conquistou o Grand Prix de Brasília. Na mesma época, venceu o Jimmy Connors em Madrid, na Espanha. Senti que minha contribuição foi mais um suporte emocional do que técnico. O Cássio já passava dos 13 anos de circuito e não tinha o que aprender tecnicamente. O que mais valeu foi o apoio de um amigo.
Nessa época, apesar de toda a genialidade e resultados históricos, percebia que o Saliola não tinha o perfil adequado para encarar o circuito profissional.
Fazia muito mal para ele aquela rotina de treinamento, de trabalho, de pressão. O Brasil estava carente de um ídolo e ele, campeão do Orange Bowl, campeão de Port Washington, campeão do Banana Bowl, batendo o número 9 do mundo, campeão dos Jogos Pan-americanos, já começava a dar sinais que não saberia conviver com tudo aquilo, que não era o que ele queria para a vida dele.
A dúvida sobre o Saliola começou a ficar mais clara e mais definida justamente durante o início da parceria com a Play Tennis. Naquele momento, comecei a me preocupar comigo mesmo e com a minha família.
Eu estava há um ano ausente do treinamento com infanto-juvenis, devido aos compromissos e viagens com Saliola e Odair. O que me deixou bastante orgulhoso foi que, no primeiro mês de atividades na Play Tennis, as cinco quadras ficaram lotadas de alunos, em todos os horários.
Ali apareceram vários garotos, que ganharam projeção, como o Fernando Meligeni, Rafael Fontes, Richard Brostowicz, Roberta D"Agostini, Roberta Fontes, Jorge Carvalho, Fernando Marsiareli, e tantos outros. Contratei a Paula Meligeni, a irmã do Fernando, para me ajudar no projeto Play Tennis Programa Marcelo Meyer.
Senti que precisava realizar alguma coisa minha, própria, definitiva, para concretizar todo aquele meu sonho que nasceu na Europa, quando entrei pela primeira vez na quadra central de Roland Garros. Tinha, cada vez mais claro na minha cabeça, que em uma cidade como São Paulo ficaria cada vez mais difícil manter uma academia de tênis devido à valorização imobiliária.
Dois caminhos apareciam para o meu futuro: ou comprava um terreno em um lugar mais afastado para montar um centro de tênis ou mais tarde daria um passo para trás na minha vida e seria obrigado a voltar a dar aula em algum clube.
Havia adquirido, naquela época, em 1991, um sítio na região de Ibiúna (SP), que me atraía todos finais de semana. Percebia pelo caminho, na rodovia Raposo Tavares, que o lugar não parava de crescer, com o surgimento de residências, empresas, comércio, como Carrefour e Pão de Açúcar, escolas como Objetivo e Rio Branco... A Granja Viana, em Cotia, era uma comunidade que também evoluía, com bom número de residências. Fiz, então, uma pesquisa que me surpreendeu. O Rio Branco possuía dois mil alunos e o Carrefour estava abrindo sua segunda unidade em todo o Brasil naquele lugar, que não era tão distante assim. Até o Esporte Clube Pinheiros, eram menos de 20 minutos. Acreditei naquele potencial e comprei, em 1991, a área de quase 11 mil metros quadrados onde está instalada hoje a Meyer Tennis.
Não tinha dinheiro suficiente para a aquisição. Pensei, então, em usar o meu currículo vitorioso no tênis para viabilizar o plano. Montar um negócio daquele porte, na vizinhança, seria um benefício para alguém que possuía terrenos em volta daquele centro. Afinal, era o maior empreendimento tenístico particular do país. Os frutos também seriam colhidos pelos moradores. Precisava encontrar uma pessoa que possuísse uma área grande e que também tivesse a visão que eu estava tendo, de que o meu negócio iria valorizar a região.
Sugeri a idéia a uma imobiliária da região, onde tenho negócios até hoje, a Pro Invest, que buscou alguém com o mesmo perfil. Não demorou muito e encontramos a pessoa certa. Conheci a área onde está localizada a Meyer Tennis e me encantei com o lugar, embora na época fosse fechado de mata.
Comprei a área por um preço muito atraente. Fiz um grande negócio e o primeiro passo estava dado. E para construir as quadras? Como fazer?
Era muito caro fazer 10 quadras.
Parti para nova investida com estratégia semelhante ao da aquisição do terreno. Marcelo Meyer, um nome conhecido do tênis brasileiro, poderia ser interessante para qualquer empresa construtora de quadras esportivas. Como o meu negócio seria próprio, com escritura definitiva, eu tinha um argumento mais forte para conseguir a construção por um preço abaixo do custo.
Eu tinha um amigo, um arquiteto muito conceituado, o Michael Dranoff, que adorava tênis e tinha seu pai morando em Nova York no mesmo prédio do John McEnroe. Ele estava muito atualizado no que se dizia respeito a construções de academias e grandes resorts nos Estados Unidos. Foi quem eu procurei para fazer o meu projeto.

Com a maquete pronta, procurei os três principais construtores de quadras esportivas no Brasil – Lisonda, Play Piso e SF Quadras Esportivas. Quem “comprou” a minha idéia, por um motivo prático, foi a Lisonda. A fábrica e escritório da Lisonda ficavam a três quilômetros do local onde seria construída a Meyer Tennis. Seria para a empresa uma espécie de show room.
Aquela proposta caiu como uma luva para a Lisonda. O proprietário, Sérgio Coutinho, fechou negócio comigo a um preço extremamente baixo.
Em três meses, a Meyer Tennis foi construída na Granja Viana, em Cotia (SP). No dia 17 de fevereiro de 1992 foi dada a primeira aula no novo centro.

Muita gente me qualificou de louco. Como era possível largar um negócio no Morumbi para montar uma academia com 10 quadras no quilômetro 25 da rodovia Raposo Tavares? A resposta veio no terceiro mês de funcionamento da academia. Foi o tempo que precisei para lotar todas as quadras. Eram dois ônibus diários transportando meus alunos entre a academia
e o centro de São Paulo.
Ao mesmo tempo, aquela minha previsão acontecia. Três anos depois de estar trabalhando na Granja Viana, eu vi cerca de 60 quadras desaparecerem em um ano em São Paulo em função da especulação imobiliária. Alguns exemplos foram o Centro Paulista de Tênis (a maior academia de tênis da América Latina, com suas 12 quadras cobertas e mais cinco descobertas), ocupada por uma agência da Volkswagen; Play Tennis da avenida Juscelino Kubistchek, e a Hobby Sports, que funcionava ao lado do Centro Paulista de Tênis, entre tantas outras que também fecharam suas portas.

Com a Gugamania, várias academias ressurgiram na cidade de São Paulo.
Mas eu tenho dúvidas com relação ao futuro delas num lugar onde os impostos são bem elevados e o aluguel é um absurdo. Comercialmente falando, não vejo futuro para essas academias. Além disso, a maioria de seus donos é formada por investidores e não por pessoas do tênis.
Quando as quadras de tênis começaram a desaparecer em 1993, 1994, eu orientava meus professores a investir em cidades do Interior. São lugares onde ainda existem espaços mais baratos do que nas grandes capitais. Na maioria dos casos, principalmente em comparação à capital paulista, são regiões que têm um clima melhor (mais sol, menos garoa, menos poluição...). São localidades com menos opções de lazer e de menos problemas de trânsito.
Além de tudo isso, o interior é um celeiro de craques. Sempre revelou grandes nomes para o tênis brasileiro, como Júlio Góes, João Soares, Róger Guedes, entre outros. Mais recentemente, Flávio Saretta e Ricardo Mello são jogadores que surgiram fora da Capital paulista.

Isso ocorre também em outros estados. No Rio Grande do Sul, a maioria dos jogadores também saiu de cidades do Interior, como Novo Hamburgo, Pelotas, Caxias, Passo Fundo para treinar em Porto Alegre. Ivan Kley, Fernando Roese, Marcelo Henemann, César Kist, Marcos Hocevar, Niége Dias, mais recentemente Marcos Daniel e Miriam D’Agostini, são alguns exemplos.
Cássio Motta
Estive por pouco tempo com o Marcelo Meyer. Já estava numa fase avançada, precisava mais de apoio de um amigo do que de um treinador. Foi exatamente isso que consegui com o Meyer. Ele tem uma cabeça muito boa, ganhadora, transmite muita motivação. Seu trabalho me ajudou na parte técnica e tática, mas sua colaboração foi efetivamente forte no
companheirismo, nas dicas, nas conversas. Viajamos juntos algumas vezes, em 1990, e a mais marcante foi para Brasília. Passei por todo mundo e na final, contra o Jaime Oncins, eram dez mil torcedores querendo a vitória dele e apenas o Meyer na arquibancada me dando força. Venci aquele torneio. No ano seguinte, obtive mais um resultado expressivo ao superar o Jimmy Connors, na Espanha. Essas foram as passagens marcantes enquanto estive com o Meyer. Ele é um amigão para mim.
É o brasileiro que alcançou a melhor classificação de todos os tempos no ranking mundial de duplas, com a 4ª posição, em 1983.
No ranking de simples, obteve como melhor classificação o 48º lugar, em 1986


*Acompanhe aqui a reprodução de capítulo por capítulo do livro
"Tênis - muito mais que um jogo" de Marcelo Meyer.


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