16/10/2008
Muitos já devem ter encontrado entre seus emails mensagens propagando a preservação do planeta, a conservação da natureza, a economia de recursos naturais, alimentação saudável, a reciclagem do lixo, a proteção das espécies vivas, inclusive a nossa! A Internet é também, sem dúvida, um importante veículo difusor de saúde, de bem estar, de qualidade de vida, não só do indivíduo, mas da coletividade. Enquanto assistimos on-line, em tempo real, guerras pelo mundo afora, crises com ou sem precedentes que desestabilizam todas as nações, o declínio de tantos paradigmas políticos obsoletos e nefastos, a miséria humana escancarada diante do olhar prepotente de tantos governantes, parece crescer em nós um sentimento uníssono de que algo precisa ser feito urgentemente! A começar pela nossa essência, pela nossa casa, pelo nosso bairro. O mundo precisa de ajuda, está doente, o que nos cabe fazer? Qual a nossa quota de responsabilidade e participação?
Num artigo referente a esse assunto e a presença da internet nas questões humanas, observo uma frase que chama a atenção: "Plante uma árvore no cyberespaço", metáfora de um admirável mundo novo que gostaríamos de ter para nós, mas cada vez mais difícil de imaginar, diante do que temos visto e vivido nesta nossa passagem pelo planeta. Nessa linha, o autor sugere utilizarmos o espaço virtual visitado por milhões de pessoas todos os dias como um microcosmo, um caminho experimental para a conscientização de mudanças importantes que podemos realizar aqui, no nosso mundo real, no sentido de preservá-lo, de impedir sua destruição.
Vejo também um outro percurso que pode ser feito e que cada vez mais pessoas estão procurando e precisando: o da reciclagem interna. Revisão de valores, releituras do caminho trilhado, desapego de velhos preceitos e preconceitos, a busca da alma, do sossego interior, da paz de um espírito que parece estar partindo e nos deixando na mão, com uma mãe Terra que está perdendo sua fertilidade. O mundo real é nossa metáfora virtual, o espelho de quem somos. Assim, precisamos começar por nós, pelo nosso cerne, a cuidar bem da saúde, do alimento, do corpo físico que sempre dá seus sinais quando as coisas não vão bem, escutá-lo quando ele quiser conversar, em todas suas dimensões. Reciclar nosso lixo interno, saber nos desapegar do que nos impede de crescer, do que não nos serve mais, ocupando o lugar onde outras sementes hão de germinar e dar novos frutos. Que o que passou fertilize novamente o nosso solo, pois um dia nos foi muito precioso também. Cuidar do nosso lar (o lugar e as pessoas que lá estão), dos afetos, do trabalho que realizamos e que nos realiza, do coração que pede colo e respeito, diante da opressiva e impositiva razão. Zelar pelo amor, nossa matéria prima, para que seja constante e imperecível. Ele é a semente que deixaremos por aqui, a árvore que plantamos neste mundo e que sobreviverá a nós.
A Terra está pedindo socorro, nossa humanidade também. Há muito a ser feito, temos recursos, idéias e caminhos - reais, virtuais, possíveis. Plante uma árvore no cyberespaço, neste mundo, na sua rua – e dentro da sua casa!