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Parábolas Eu separo o mito católico de Jesus Cristo do poeta fabuloso que foi Jesus de Nazaré

20/11/2008



Eu separo o mito católico de Jesus Cristo do poeta fabuloso que foi Jesus de Nazaré.

Uma coisa é esse Jesus dogmático
ortodoxo e cheio de não-me-toques
que prega a igreja católica

Outra coisa é o homem, filho do carpinteiro José
que saiu da casa cedo, foi procurar a Liberdade
andava descalço, falava em metáforas, palavra torta
poeta louco, profeta de poucos
Jesus de Nazaré, homem maravilhoso que militava em nome de uma utopia

Escolhido o tema agora, pois chegamos perto da data de nascimento de Jesus
muito vai ser falado sobre o tema
e muita coisa chata é colocada em pauta,
pouco se fala sobre a vida maravilhosa do poeta

Falava em parábolas - que em grego significa "desvio do caminho"
para atingir apenas aqueles que também eram como ele
poetas, amantes da liberdade
ansiosos por um ideal
trocando em miúdos,
não se pode entender o que Jesus dizia se você não estiver aberto à Liberdade.

"O semeador saiu a semear
parte da semente caiu ao longo do caminho
vieram as aves do céu e comeram-na
parte caiu na pedra,
onde tinha terra, nasceu,
veio o sol e secou
parte caiu entre os espinhos,
e os espinhos a sufocaram
parte, enfim, caiu em terra boa e deu frutos,
cem por um
outros sessenta por trinta
quem tem ouvidos para ouvir, que ouça."

Aqui, Jesus mostra claramente que é homem de poucos. Veio para falar para alguns - "muitos os

chamados, poucos, porém, os escolhidos".

Ele queria, no fundo, paz e sossego. Trazia consigo uma possibilidade de vida melhor - utopia do

Reino dos Céus. Levou com ele quem pode e quem quis, como pode ser visto na passagem


"A vocês é concedido conhecer
os mistérios do reino dos céus
a eles, não
pois a quem tem, vai ser dado
e abundará
de quem não tem,
até o que tem vai ser tirado
por isso, falo a eles por parábolas
para que, vendo, não vejam
e, ouvindo, não ouçam nem compreendam"


Ou seja, esse profeta-poeta, que pedia para que aqueles que o seguisse se arrependesse de seus

pecados, tem, ao mesmo tempo, a função de re-velar a alguns e de velar a outros. Jesus, assim

como todos os poetas, não pode ser entendido por todos. Temos de saber des-ler Jesus.


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