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Agito Cultural

Editio Princeps Conheci o Marcelo Spíndola Bacha através dos meus parceiros de música, os irmãos Lelo e Zé Nazário

23/02/2006



Conheci o Marcelo Spíndola Bacha através dos meus parceiros de música, os irmãos Lelo e Zé Nazário. Foi na época do lançamento do nosso CD “Percussônica ao Vivo”, lançado pela Editio Princeps. Marcelo é uma pessoa maravilhosa que vem desenvolvendo um trabalho ímpar e de alto nível no meio cultural e artístico do País. Vamos conhecer um pouco da proposta e do conceito da Editio Princeps e das pessoas que trabalham nesta produtora já tão conhecida e respeitada no mercado.
Marcelo não tem exatamente uma “carreira” na música. Nascido em 17 de maio de 1971, no RJ, é engenheiro eletrônico, formado pela UFRJ, com mestrado em redes pela COPPE/UFRJ (também fez uma pós-graduação em língua latina na UERJ). Trabalha há 10 anos na UERJ como analista de redes e dá consultoria técnica (free-lance). Música sempre foi o seu grande hobby ― ele coleciona LPs desde os 10 anos de idade… “Não consegui parar até hoje”, conta ele que “toca” a Editio Princeps desde 2001.

1- Como surgiu a idéia de fazer o selo Editio Princeps ( http://www.editioprinceps.com e qual é a proposta da produtora e distribuidora?

A idéia do selo surgiu a partir dos meus próprios anseios, como apreciador e colecionador. Sempre me perturbou o fato de que alguns dos meus LPs prediletos fossem totalmente ignorados e desprezados, sem nenhuma perspectiva de ganharem um lançamento adequado em CD. Tendo tipo a oportunidade de conhecer o Lelo e o Zé Eduardo Nazário em 2001, o conceito do selo tomou forma, inicialmente para lançar em CD os trabalhos do GRUPO UM, e expandindo-se com o tempo. Essa proposta original é a que se mantém: editar e distribuir CDs de qualidade, com o máximo capricho possível, tanto no que diz respeito ao áudio quanto à parte gráfica.

2- O catálogo da Editio é praticamente um trabalho artesanal realizado pelo resgate de discos-vinil para CDs. E, às vezes, os discos relançados foram trabalhos independentes, originalmente, lançados há mais de 20 anos. Imagino que o acervo deva ser vasto. Então qual é o processo de busca e escolha? Existe um critério para decidir entre tantos discos, artistas e estilos ― com alta qualidade artística ― sobre o que vai ser relançado em CD?

As opções são inúmeras, mas há muitos fatores restritivos na hora de fazer a seleção. O critério básico é bastante pessoal, pois a avaliação de “qualidade” de cada trabalho tem uma parcela bastante subjetiva de avaliação. Entretanto, muitos problemas surgem na hora de realmente produzir o CD, desde a dificuldade de localizar as fitas masters até a eventual falta de interesse dos próprios artistas que, com o passar do tempo, acabam se distanciando muito do seu trabalho desenvolvido em épocas mais anteriores. Assim, no final das contas, a quantidade de lançamentos viáveis termina não sendo tão vasta assim.
É interessante destacar que nem toda a discografia do selo é composta por reedições. Trabalhos recentes também são editados, embora em menor quantidade. O fator determinante, nesse caso, é o alto custo para finalizar uma produção nova (que envolve gastos com músicos, estúdio, equipamento, mixagem, etc.) quando comparado a um relançamento de uma obra já registrada. Infelizmente, com as pequenas tiragens que produzimos, não é possível, na maioria das vezes, cobrir todo esse custo.

3- Toda produção implica investimento. Vocês contam com algum tipo de apoio ou patrocínio, ou todo o retorno está vinculado ao sucesso da distribuição e ao forte trabalho comercial?

Não há nenhuma espécie patrocínio sistemático para o selo, apenas algum apoio ocasional para um ou outro CD, isoladamente. De forma geral, cada nova edição é financiada pelas vendas do CD anterior, o que nos força a manter um ritmo de lançamentos bem pausado, sem margem para excessos. Estamos sempre buscando, entretanto, parceiros mais fixos, que tenham a idéia de associar seu nome ao selo e ao trabalho que realizamos, pois apesar de as tiragens serem limitadas, quase a totalidade dos CDs termina chegando às mãos de um público entusiasmado, e de modo geral, de alto nível cultural e econômico.

4- O site da Editio é muito bonito e os trabalhos gráficos de capa e encarte dos CDs são uma obra de arte. Quem é o responsável por esta parte da produção? Como vocês chegaram a este conceito e nível artístico? Já existia uma experiência de atuação anterior sua e da equipe da Editio neste mercado?

Toda a parte gráfica do selo, incluindo as capas, livretos, rótulos, bem como os cartazes, panfletos e todo o site, foi desenvolvida pelo Rodrigo Araújo (na maioria das vezes em parceria com a Adriana Cataldo). Ele participou do projeto desde o início, e, pelo fato de compartilhar de gosto e entusiasmo similares pelo material editado, também colabora em muitos outros aspectos, como na seleção dos trabalhos, redação e revisão dos textos, etc. A experiência anterior é majoritariamente técnica, pois o design é sua área de formação e atuação profissional. O conceito gráfico e visual da Editio Princeps foi se consolidando aos poucos, a partir de anos de observação como consumidores e do anseio de desenvolvermos um produto que correspondesse à nossa própria expectativa de fãs e colecionadores, perseguindo sempre o equilíbrio entre a quantidade de informações e a arte gráfica em si.

5- A Editio não pára. São lançamentos e mais lançamentos de trabalhos artísticos e, na sua maioria, de música instrumental ― uma música que não tem espaço na mídia e que não toca nas rádios. Como acontece a distribuição e divulgação dos CDs? E o retorno do investimento, dá pra remunerar o trabalho de vocês de forma justa, ou ainda é um sonho? O retorno vem do Brasil ou também do exterior?

Nesse ponto em especial, é difícil falar em termos realistas sem parecer muito negativo. A perspectiva do mercado de CDs, de modo geral, não é muito boa, haja vista que a cada dia aumenta a quantidade de usuários de Internet adeptos do mp3, gravações em CD-R e afins, diminuindo proporcionalmente o número de pessoas dispostas a gastar uma parcela (mesmo que modesta) de seu orçamento apertado com CDs. Todo o mercado ainda se encontra muito confuso com as recentes inovações tecnológicas, e isso afeta todos os segmentos comerciais. Mesmo as grandes gravadoras, ao lançar artistas consagrados e legendários como Hermeto Pascoal ou Egberto Gismonti, só para citar alguns nomes bem conhecidos, encontram problemas. As tiragens são mínimas (muitas vezes na casa de mil cópias), não são feitas reedições ao seu término e a distribuição é errática. No nosso caso, as dificuldades são ainda maiores. Como as edições são feitas de forma mais artesanal, os custos totais são bem mais altos, e as distribuidoras não conseguem obter margem mínima para trabalhar com nossos produtos. Assim, focamos nossa distribuição em pontos de venda específicos, que podem ser consultados no nosso site. Apesar de não serem numerosos, eles têm condição de oferecer um preço mais justo, por fazerem a compra direta, e estão sempre abastecidos com os últimos lançamentos. Grande parte das vendas, entretanto, é feita diretamente para fora, para países como EUA e Japão (que historicamente consomem mais a música brasileira do que nós mesmos). Por fim, quanto ao retorno financeiro, ele é suficiente apenas para manter o selo caminhando. Hoje, no Brasil, é impossível manter um selo nos moldes da Editio Princeps de forma a que ele ofereça um retorno financeiro suficiente para representar uma remuneração exclusiva a quem quer que seja. Infelizmente, todos temos que contar com outras atividades paralelas para garantirmos nosso sustento. É motivo de grande orgulho para nós, contudo, que o selo consiga, apesar de todas as dificuldades, manter-se por si próprio e que continue sucessivamente a surpreender as pessoas com a qualidade de seus lançamentos.

6- Vocês têm acesso a indicar algum CD ao Grammy Latino? Isso interessa?

Isso pode vir a se tornar um objetivo mais concreto com o tempo, na medida em que nos tornarmos mais conhecidos e divulgados e que consigamos produzir novos lançamentos com o mesmo padrão de qualidade. Seria algo bastante interessante, não só para a divulgação do selo em si, mas principalmente para os artistas envolvidos, que, sem nenhuma exceção, mantém conosco um relacionamento de espírito muito mais fraternal do que comercial. É daí, exatamente, que começa toda a satisfação que obtemos com o nosso trabalho.

7- Quais são os próximos projetos e o que você gostaria de dizer aos amantes de música e aos leitores desta coluna?

No momento, estamos envolvidos com a produção do terceiro disco do NENÊ, o “Minuano”, que será uma edição “2 em 1” bem caprichada, trazendo todo o álbum “Bugre” (seu primeiro disco) como bônus. Até o final do ano devemos também relançar o legendário álbum da DIVINA INCRENCA, cujas fitas master foram recentemente localizadas pelo Rodolfo Stroeter e pelo Lelo Nazário. Há outros projetos em andamento, em diferentes estágios de produção, mas sem datas definidas. Fiquem de olho nas seções de “próximos lançamentos” e “novidades” do nosso site ( http://www.editioprinceps.com), que mantemos sempre atualizadas com todas as informações disponíveis.
Quanto ao mais, gostaria de agradecer de coração o apoio e o carinho recebido nesses últimos anos das pessoas envolvidas no projeto: músicos, fãs, etc. e deixar um pouquinho de suspense no ar, pois há algumas surpresas sendo preparadas que vão, sem dúvida, tirar o fôlego de muita gente!


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