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Agito Cultural

A vida cultural em NY Natalia estuda e trabalha com cinema em Nova York, tem apenas 23 anos e conta com uma trajetória artística de muita história

04/10/2007



Natalia estuda e trabalha com cinema em Nova York, tem apenas 23 anos e conta com uma trajetória artística de muita história.

Nascida em São Paulo e com uma formação sólida - estudou na Escola Graduada de São Paulo e no San Francisco Art Institute - Natália, filha de pais advogados - executivos - aos 18 anos foi para California, EUA estudar cinema e fotografia. E, apesar de sentir saudades das pessoas e da cultura, decidiu seguir carreira em NY.

Vamos conhecer Natália e suas percepções sobre a cultura e arte em Nova Iorque.


1. Como foi, até este momento, a sua vida nos EUA?

Sempre tive uma grande paixão por Cinema e artes em geral, incluindo música.
Durante o tempo que morei em São Francisco, organizei exposições mensais de arte, num espaço alternativo e mostrava meus filmes de curta-metragem. E, tive a oportunidade de trabalhar com Frederick Marx, que dirigiu "Hoop Dreams", entre outros cineastas.

Ano passado mudei-me para Nova Iorque onde comecei a trabalhar para a revista Paper Magazine, produzindo, dirigindo e filmando documentários curtos sobre eventos em Nova Iorque, bandas, e entrevistas com artistas, entre eles a Miranda July, Milla Jojovich, e Chloe Sevigny. E, trabalhei também com produção e direção de arte de curtas e, agora, estou pela 1ª. Vez, trabalhando na produtora "Elevation" num filme de longa-metragem.


2. Você continua estudando em Nova York?

Acabo também de ingressar num curso na The New School para aprimorar escrita para roteiros. Apesar de filme ser o meu forte, sinto que sou uma artista de múltiplas disciplinas - curando uma exposição, produzindo filme, fazendo direção de arte ou escrita narrativa, o meu trabalho é sempre sobre histórias. E, diferentes formas de arte para formar algo maior do que nós mesmos e, sob minha perspectiva, acho que sempre se trata de um esforço colaborativo. Eu gosto de trabalhar com pessoas e, isso é extremamente importante na área do Cinema.


3. Como é estudar e trabalhar com cinema numa cidade como NY? Imagino que os recursos tecnológicos e material humano, sejam muito ricos à disposição de quem deseja realizar alguma coisa.

Tantas pessoas vêm para Nova Iorque ! Elas querem ser algo ou alguém. É como a canção de Frank Sinatra: "if you can make it here, you can make it anywhere!" E, você, realmente, sente essa vibração morando aqui. Sim, existem recursos infinitos e as coisas acontecem com muita rapidez, talvez até rápida demais. Não existe tempo suficiente para refletir sobre os acontecimentos, é preciso continuar seguindo em frente. É uma cidade muito competitiva e imperdoável, mas se você conseguir manter o ritmo e "pele grossa" tudo se torna possível. Tem sido muito recompensador, pois Nova Iorque tem muitos recursos e oportunidades para quem quer expandir-se e o que eu espero, no futuro, é poder colocar em prática toda esta experiência em arte e em filmes no Brasil.


4. Fale um pouco da noite em NY, dos bares, da música ao vivo, o que acontece de bom por aí?

Muitas bandas e artistas vêm para Nova Iorque. Temos várias oportunidades de ver música e eventos únicos ao vivo. Por exemplo, no último 7/jul, 77 bateristas tocaram uma mesma música orquestrada no parque do Brooklyn Bridge com o sol se pondo ao fundo no centro de Manhattan 9(veja foto). Foi uma experiência um pouco surreal!
No verão, sempre é possível ouvir muita música e ver eventos desse tipo ao ar livre. Há um grupo de jovens chamado Jelly NYC que organiza shows semanais gratuitos, num local chamado McCarren Park Pool, Williamsburg (bairro de jovens artistas).
Fiz um pequeno documentário sobre esse evento que este ano trouxe atrações como Blonde Redhead, Cat Power, e Dan Deacon (veja foto), entre outros.

Durante os shows eles também organizam competições divertidas de "slip n"slide" e queimada. É um evento divertido com pessoas de todas as idades.
Nesse mesmo bairro, existe um restaurante - muito bom- chamado Monkey Town, que, além de servir uma culinária experimental, dá espaço para performances de arte. E é um ótimo lugar para eventos alternativos.


5. A música que é composta para o cinema, tem uma finalidade muito específica e diferente da música que é tocada no rádio, CD´s, nos shows etc. Como é abordado o assunto música no curso de cinema que você faz?

No cinema, a música pode ser igual ou mais importante do que a imagem em si.
Nas minhas aulas de cinema, aprendi sons para filmes, mas de forma teórica.
Isso ajuda um diretor a dirigir o músico e a criar o que seria melhor para incorporar o clima e o conceito da história a ser contada. Recordo-me de assistir cenas de "O Poderoso Chefão" durante uma aula, destacando o quão crucial o som é nesse filme. O som estridente de um trem passando por um trilho enferrujado em uma cena de tensão acrescenta uma camada muito poderosa. É como assistir a cena de assassinato em "Psicose" em silêncio - o medo que sentimos nessa cena está todo atribuído à música. A música em um filme pode realmente fazer, ou destruir, a cena. Quando se acrescenta música ao filme, é quando você começa, realmente, a sentir a história.


6. As oportunidades de trabalho são fartas ? Os apoios e patrocínios são fáceis de conseguir ?

Creio que pela grande competição muitas pessoas se dispõem a trabalhar de graça (até eu mesma). Quando você está começando uma carreira, creio que tem que fazer esforço para conseguir experiência e relacionamentos para projetos futuros. Televisão é mais lucrativa, com retorno imediato (comerciais /reality shows) e eu não tenho interesse neste área, então coloquei muito tempo, energia e investi financeiramente nas coisas que acredito. Sei que, com paciência e perseverança, poderei ganhar muito mais à frente, com meus próprios projetos. Este é um país rico, com muitas pessoas que de fato querem e investem em arte.

Há um mês, organizei um evento de arte "Glory Hole" - com 4 músicos e 10 artistas trabalhando sobre um tema e tudo aconteceu em apenas uma noite - mas foram vários meses de preparação investindo muita energia, tempo e dinheiro. O evento ganhou exposição! E, agora, tenho oportunidades de patrocínio para o próximo evento. Existe um retorno sim, quando você dá o 1º. passo e acredita no que faz.


7. Morar em NY que oferece tantas opções de eventos culturais faz com que você tenha que fazer suas escolhas do que ver, ouvir e assistir, mesmo porque, muitas coisas ruins e de mau gosto fazem parte da cultura americana. Como você percebe a qualidade do que acontece no momento atual nesta cidade?

De fato existem muitas opções e de todos os gostos em uma cidade tão diversificada como Nova Iorque. E sim, existe muita produção de mau gosto na cultura americana porque as pessoas as incorporam. Creio, é um problema da cultura ocidental. Afinal, vivemos num mundo globalizado, na era da internet, e temos, que ser ainda mais seletivos. Existe um público para todo tipo de arte numa cidade como Nova Iorque: experimental ou comercial; pop ou clássico e acho que o importante é refletir sobre essas escolhas -- o que você quer ver, o que quer promover, o que se acredita. Estou aberta a experimentar um grande espectro e procuro manter um olhar crítico sobre
tudo que vejo. A questão é: como manter-se íntegro num mundo com tanto glamour e sedução pelo dinheiro e pela fama?


8. Fale um pouco dos seus projetos futuros.

Pretendo aprimorar minhas habilidades na esperança de dirigir um curta-metragem. Eu e Rhyannon Argo, escritora de São Francisco, estamos trabalhando na formação de um curta, a partir de uma de suas histórias.
Espero usar os recursos da escola para completar esse projeto até início 2008. Também estou trabalhando num longa-metragem (na produção) e que será dirigido por Rebecca Miller (que também dirigiu, entre outros, "Personal Velocity", e "The Ballad of Jack and Rose").

Fotos na ordem:
1. Natália na California
2. "Boredoms Drum Circle" no Parque do Brooklyn Bridge
3. Dan Deacon cantando no McCarren Park Pool Party
4. Natália no backstage do "Virgin Music Festival"


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