11/10/2006
Vi recentemente uma reportagem da BBC de Londres que tratava de uma pesquisa realizada na universidade McMaster, onde os pesquisadores afirmam que: "As aulas de música podem ajudar a melhorar a memória e a capacidade de aprendizado em crianças".
A pesquisa canadense comparou, durante o período de 1 ano, crianças de 4 a 6 anos de idade que tinham aulas de música com outras crianças que não tinham.
É um primeiro estudo realizado com crianças treinadas musicalmente e outras não-treinadas, que mostra que as respostas do cérebro evoluem de forma diferente.
As crianças que tiveram aulas de música conseguiram um melhor resultado nos testes de memória, na alfabetização e também na matemática. Essas crianças desenvolveram uma maior capacidade de atenção e também capacidade de diferenciação sonora. Como o desempenho dessas crianças nos testes de memória também foi melhor, o responsável pela pesquisa, Laurel Trinor, diz que “...esse resultado sugere que o treinamento musical teve um impacto profundo nas crianças”.
A próxima fase da pesquisa vai analisar o efeito e a prática da música em adultos mais velhos.
Eu, particularmente, em função do estudo contínuo de música de muitos anos, em função de me relacionar com outros músicos e, também pelo fato de ensinar música para adolescentes e adultos (até profissionais), pude observar, perceber e sentir os benefícios mencionados na pesquisa em várias e diferentes oportunidades.
É muito importante dizer aos pais que as aulas de música, direcionadas às crianças de até 8 anos de idade, devem ser ministradas por profissionais especializados. Que não devem esperar uma performance. Precisam controlar a ansiedade e não é bom que cobrem demais da criança, pois nesta idade, dificilmente, ela tocará algum instrumento com maestria ou mesmo alguma música de forma completa.
O que o professor faz, nesta idade, é um trabalho específico de iniciação musical, envolvendo “percepção musical, memorização, sensibilidade ao ritmo e timbres (sons diferentes) e, com muita paciência, será trabalhado com a criança diferentes estímulos relacionados aos elementos da música.
Já, por outro lado, para o jovem adolescente, o professor precisa fazer com que o mesmo procure desenvolver o máximo possível, através de grande esforço, valendo-se da disciplina e do estudo, uma vez que nessa geração que aí está - uma geração “sem limites” segundo a psicóloga Rosely Sayão - instalou-se uma cultura de que "o mínimo, tá bom demais!". Viva o som das crianças!!!
Felipe Ávila é granjeiro, profissional da música há 30 anos - guitarra e violão - e dedica-se a fazer e ensinar música com arte e qualidade.
site: www.felipeavila.com
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